O país está entre os três maiores abusadores de crianças do planeta.
A qualidade de ensino ocupa a 88ª posição no ranking da UNESCO.
O governo federal contabiliza 16, 3 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.
Acredita-se que atualmente chegue perto de 8 milhões o quantitativo de crianças abandonadas no Brasil. Destas, cerca de 2 milhões vivem permanentemente nas ruas, envolvidos com prostituição, drogas e pequenos furtos.
Porém, o Brasil ocupa 7ª posição internacional em termos de tamanho da economia.
Mas nenhum desses dados tem importância, pois estamos todos divididos entre os que defendem a PLC 122, e os que são contra. Estamos esquecendo que onde há fome, há escravidão. E escravos não pensam, escravos obedecem.
Fazemos parte de uma minoria privilegiada, mas também mesquinha e estúpida, que finge não perceber a triste realidade que financiamos com o nosso silêncio conivente.
Durante um encontro de Dom Pedro II com o escritor Vitor Hugo, em visita do imperador à França, o escritor se negou a apertar sua mão porque disse que não cumprimentava o chefe de Estado de um grande país onde ainda havia escravidão.
PS.Antes que me acusem de minimizar o debate sobre a PLC 122, sou contra todo e qualquer tipo de violência, seja contra homoafetivos, crianças, idosos, trabalhador, etc. Porém, sinto como se estivéssemos vivendo o velho mandamento: todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros.
quinta-feira, maio 26, 2011
Brasil; riqueza, fome e PLC 122
terça-feira, maio 24, 2011
segunda-feira, maio 16, 2011
Os jovens humoristas e a falta de compaixão
Marcelo Zorzanelli
O romance americano O Som e a Fúria, de William Faulkner, começa com um longo capítulo, intitulado “7 de abril de 1928”, totalmente narrado em primeira pessoa por um personagem de nome Benjy Compson. No primeiro parágrafo, Benjy está se escondendo atrás de uma cerca enquanto observa pessoas entretidas pelo estranho ritual de “bater” e “arrancar uma bandeira”. Benjy não sabe que os outros jogam golfe nem diz isso porque é autista. Ele sofre preconceito da própria família, algo que transparece em situações tragicômicas narradas por ele próprio. O Som e a Fúria é considerado um dos maiores romances do século XX.No mês passado, o programa Comédia MTV exibiu um esquete chamado Casa dos Autistas. Em obséquio aos leitores deste artigo, acho importante dizer que fui um dos redatores do Comédia MTV durante todo o ano de 2010. Ainda naquele ano, Casa dos Autistas era discutido em reuniões de criação de roteiro. O esquete foi descartado incontáveis vezes – e, lembro-me bem, Marcelo Adnet, astro do programa, era terminantemente contra sua execução – porque não havia nele qualquer graça além do trocadilho do nome. Eu fui contra. Pelo que me lembro, todos eram contra – era apenas uma ideia boba que ninguém achou que poderia vingar.Mas o quadro foi produzido e foi ao ar. Confesso que não consegui ver mais do que dois minutos. Os atores, interpretando jovens com autismo, gritam, babam, olham para as paredes, fazem caras e bocas estranhas. Tudo dolorosamente sem graça. Meus ex-colegas perceberam o erro e se desculparam publicamente.A diferença entre O Som e a Fúria e Casa dos Autistas, a meu ver, é uma só: a compaixão. A sensibilidade de Faulkner, um estilista torturado, faltou ao redator que assina o texto final do esquete brasileiro. Quando não se sente compaixão pelo sofrimento alheio, quando o artista não tem a decência de se alinhar, ombro a ombro, com o sujeito de sua criação – quando isso acontece, não há esperança. E isso é especialmente importante para o humor.Há um decoro que deve permear toda e qualquer comunicação de massa: não se bate em quem está caído. Não se bate em minorias, portadores de doenças, pessoas que sofrem. Por quê? Porque não se faz. Simplesmente, não se faz.
Não concordo com as mudanças impostas pelo “politicamente correto” à comunicação – censura sempre será censura. Mas insultar as pessoas não é se colocar contra o politicamente correto: é pura e simples grosseria, falta de civilidade. E nada melhor para insultar do que uma piada sem graça.O caso do Comédia MTV recebeu, talvez, mais cobertura do que deveria devido à ascensão fulminante de Marcelo Adnet, um dos maiores talentos da televisão em muitos anos. Não foi, no entanto, a primeira vez que um humorista brasileiro da chamada “nova geração” – jovens que surgiram na internet ou nos palcos de stand-up e cujo mote costuma girar em torno da crítica social – virou vidraça. Dois nomes associados ao programa CQC, da Band, vêm à mente sempre que se pensa em humorista excessivamente polêmico: Rafinha Bastos e Danilo Gentili, dois franco-atiradores cujo lastro é uma popularidade acachapante no Twitter. Rafinha chegou a ser ungido, de forma um tanto quanto canhestra, a pessoa mais influente do mundo no Twitter. (Quem primeiro lhe rendeu esta honra foi um blog do jornal New York Times. Infelizmente, os jornalistas brasileiros não se preocuparam em verificar que a fonte do tal ranking é um website dinâmico e que, quando as reportagens foram publicadas, Rafinha sequer figurava no top 10 dos influentes).Rafinha e Gentili afirmam se orgulhar de dizer o que pensam. Em entrevista recente, Rafinha faz questão de ressaltar que a falta de qualquer forma de freio entre sua mente criativa e a caixa de texto que publica seus tuítes é o segredo de seu sucesso.
Outro ponto invocado pelos jovens humoristas é dizer que os Trapalhões “estavam à frente de seu tempo” porque faziam piadas com nordestinos, gays e negros. No ano passado, entrevistei Renato Aragão. Ele me disse que recusa a pecha de “inovador” e que nada do que foi feito por eles era pensado. Renato diz que eles eram como “garotos de colégio” trocando ofensas com a intimidade de amigos. Renato chamava Mussum de crioulo cachaceiro e recebia de volta a alcunha de “cabeça chata”. Aquilo era engraçado, mas seria impossível hoje em dia. Renato sabe disso. Os Trapalhões faziam as piadas que estavam no ar, que eram feitas nas salas de estar dos brasileiros. As piadas funcionavam pela graça e ingenuidade dos atores. Fato é: o humor preconceituoso dos Trapalhões não só estava atrás de seu tempo como era um símbolo do atraso da sociedade brasileira.
Rafinha, um dos que afirma que os Trapalhões estava à frente de seu tempo, diz em seu stand-up que mulheres feias deveriam agradecer ao estuprador caso um dia sofram violência sexual. No dia das Mães, escreveu no Twitter: “Ae órfãos! Dia triste hj, hein?”. Foi caçado a pauladas como uma ratazana prenha, como escrevia Nelson Rodrigues. Seu colega de CQC, Danilo Gentili, escreveu no Twitter, dias depois, um comentário sobre a suposta retirada de uma estação do metrô do bairro paulistano de classe alta de Higienópolis: “Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez q chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz”. Gentili apagou o tuíte algum tempo depois da publicação, supostamente devido à repercussão ruim.
Cito O Som e a Fúria no começo do artigo – como poderia ter citado Rain Man, South Park, Family Guy – para que se faça uma pequena reflexão sobre a diferença na forma como os humoristas contemporâneos lidam com assuntos delicados – não apenas estes citados no texto, mas praticamente todos eles. O que se faz no Brasil, em grande parte, é pastiche dos grandes provocadores americanos. Há, em algum lugar na mente deles a certeza de que tudo o que choca é engraçado e, se não engraçado, um importante agente pela atualização dos costumes da sociedade. Como se fazer piadas controversas fosse o único jeito garantido de romper com o status quo, como se estivessem apontando o dedo para a “ferida”.Quando Gentili e Rafinha advogam em causa própria – ou quando são defendidos por colegas –, é muito comum usarem o argumento de que “se uma piada é engraçada, ela se justifica”. Essa discussão não existe. Em suma, porque ninguém é capaz de dizer se uma piada é engraçada ou não. A frase clássica do escritor americano E. B. White diz tudo: “Explicar uma piada é como dissecar um sapo. Você o entende melhor, mas o sapo morre no processo”. Há pouco mais de um mês, os quatro humoristas de maior sucesso da língua inglesa fizeram uma mesa redonda na TV só para tentar explicar o que é engraçado e por quê. Jerry Seinfeld, Ricky Gervais, Chris Rock e Louis C.K. passam os 40 minutos do programa Talking Funny discutindo e não chegam a conclusão alguma.
Outra linha de defesa é afirmar que se trata de humor “nonsense”. Quando o que você diz agride frontalmente alguém, não dá para dizer que se trata de algo “sem sentido”. Ao impor cegamente uma piada, os auto-intitulados humoristas progressistas acabam ficando à direita de Genghis Khan.É a falta de compaixão – e o excesso de auto-confiança –, na minha opinião, que gera essas anomalias. A compaixão faz o humorista tomar o caminho mais longo para chegar ao comentário correto sobre um assunto atual. Nada é mais importante para manter a sanidade de qualquer discussão do que o humor crítico, incisivo, mordaz. A turma do Comédia MTV cometeu esse deslize, mas tenho certeza que sabem fazer humor levando em conta as suscetibilidades alheias. Mas sinto que ainda falta a Rafinha e Gentili mostrar que são humoristas viáveis. Só precisam se colocar na mesma altura que o resto de nós.
Fonte: Revista Alfa Abril
quarta-feira, maio 11, 2011
terça-feira, maio 10, 2011
domingo, maio 08, 2011
Loucura Sagrada (Dom Hélder Câmara)
"Sonhei que o Papa enlouquecia
E ele mesmo ateava fogo ao Vaticano
E à Basílica de São Pedro.
Loucura sagrada!
Porque Deus atiçava o fogo que os
Bombeiros, em vão, tentavam extinguir.
O Papa, louco, saia pelas ruas de Roma
Dizendo adeus aos embaixadores
Credenciados junto a ele
Jogando a Tiara ao tibre.
Espalhando pelos pobres, todos,
O dinheiro do banco do Vaticano.
Que vergonha para os cristãos!
Para que um Papa viva o Evangelho
Temos que imaginá-lo em plena loucura"
MÃES MÁS
O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula para que entregassem à seus pais. A única condição solicitada pelo mesmo, foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura. Nos dias de hoje, sementes plantadas como a deste professor, creio que devem ser repassadas, afinal, o futuro pertence às nossas crianças e somos nós que as orientamos para a vida! Boa leitura à todos!
O Referido texto foi publicado recentemente por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe - Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.
Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:
- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci. Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
- "Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde estávamos à toda hora (ligava no nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia, que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como ela foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!
Para meditação: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele." Provérbios 22:6
JesusSite
sábado, maio 07, 2011
sexta-feira, maio 06, 2011
Missões: AFRICA, QUEM DIRIA?! - LAMUKA THAY
TRAJETÓRIA DE UMA JOVEM MISSIONÁRIA
MEU DESEJO E QUE VOCE PERCEBA QUE PODE FAZER ALGO, QUE PODE IR MAIS ALEM, QUE EXISTE MAIS DO QUE VOCE CONSEGUE VER, QUE O MUNDO NAO SE LIMITA AO QUE SEUS OLHOS ALCANCAM... E QUE SE VOCE REALMENTE SE IMPORTA, VOCE PODE FAZER MISSOES...
quarta-feira, maio 04, 2011
terça-feira, maio 03, 2011
Liberdade e cristianismo em Kierkegaard
Maria Cristina Mariante Guarnieri
Para ler o texto completo clic aqui
Resumo: O artigo aponta a questão da liberdade em Sören Aabye Kierkegaard, sua relação com a existência e com o cristianismo, especifi camente com o que ele denomina Deus-homem.
Esse Deus-homem é o paradoxo absoluto. É o mestre salvador, libertador, reconciliador e juiz. Para tanto, a autora serve-se fundamentalmente de duas obras do autor: Migalhas filosóficas e O conceito de angústia. Na primeira, Kierkegaard apresenta o paradoxo Deus-ser humano e revela o conceito de “instante” como síntese da temporalidade e eternidade. Na segunda,investiga a liberdade e analisa o conceito de “espírito” como síntese do corpo e alma.
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