Quatro maldições na igreja de hoje

"Agora, ó sacerdotes, este  mandamento é para vós. Se não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso  coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos exércitos, enviarei a  maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho  amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso coração" (Malaquias  2. 1, 2).
Na  igreja da atualidade parece existir somente maldição financeira. É como  se toda a atenção do inferno fosse canalizada para o nosso bolso.  Outras áreas são simplesmente preteridas. Na teologia monetária dos  agentes bancários de deus, maldição é sinônimo de pobreza. O livro de  Malaquias, por exemplo, só é lembrado em questões de dízimos e ofertas, e  sempre para enfatizar o "fato" de que se você doar até o último centavo  de sua violentada carteira, deus (é minúsculo mesmo!) vai encher sua  casa de grana!
Esses  investidores da bolsa de valores da fé esquecem do texto acima!  Principalmente da promessa que poucos percebem: "... amaldiçoarei  as vossas bênçãos". Pense por um momento: se Deus  amaldiçoar as bênçãos, então tudo é maldito! Isso é muito sério! A  bênção de um falso profeta é uma maldição completa! Deus não tem  compromisso com todo esse charlatanismo religioso dos vendedores de  promessas.
Resolvi  pensar um pouco mais sobre quatro maldições que assolam a igreja da  atualidade, e que Deus nos guarde desse mal (João 17. 15):
A maldição da  politicagem: isso é visto como bênção, naquelas frases do tipo:  "temos que ter um irmão para nos representar"; "fulano é um grande  homem que Deus levantou na política", e por aí vai... Uma pergunta:  você comeria uma maçã que estivesse dentro de um saco de lixo,  mesmo sabendo que ela é limpa? O cristão, na política, é uma  maçã no meio do lixão. É uma pérola no meio dos porcos. Acredito que um  ou outro homem ou mulher de Deus possa ser levantado como uma espécie de  estadista, gente séria que ame a Deus e trabalhe pelo reino, contudo,  são "agulhas no palheiro", e não servem como desculpa  para que qualquer um, de quatro em quatro anos, venha encher nossos  púlpitos de hipocrisia, mentiras e ilusões.
A maldição do imediatismo: gente que  confunde Deus com uma máquina qualquer respondendo a comandos e senhas  divinas. Gente que não consegue mais andar no abençoado caminho da  paciência, principalmente porque não passa por lutas e tribulações, que  segundo a Bíblia, produzem-na (Rm. 5. 3). O imediatismo é o grande vício  da igreja de hoje. Essa espiritualidade drogada não suporta um dia  normal, um culto sem carnavalizações folclóricas e pirotécnicas, muito  menos a bendita espera. São filhos mimados de uma divindade  exibicionista. Quando aprendemos a esperar no Senhor, trabalhamos a  glória da dependência e abrimos mão de sermos controlados pela sociedade  da pressa.
A maldição do  analfabetismo bíblico: pastores e pregadores que adulteram  textos bíblicos ao sabor de suas neuroses. Gente que faz aplicações  levianas dos textos bíblicos. O efeito colateral dessa doença  hermenêutica é o surgimento de tanta teologia destruidora: teologia da  confissão positiva, da prosperidade, do profetismo visionário das "mães  dinás de deus", dos milagreiros da religiosidade de mídia e massa. Essas  Meduzas teológicas são heranças malditas do nanismo bíblico. Para curar  essa anomalia só há um jeito: dedicação à Palavra, sem reservas! E  isso, sim, é possível!
A maldição  da hereditariedade obrigatória dos cargos: que existem filhos  de pastores com chamado divino não posso negar, contudo o que vejo é um  percentual alarmante de aproveitadores e malandros, que usam o  ministério como saída para sua falta de talento na vida. Gente que, se  não fosse o pai ser alguém, não seria absolutamente nada! Gente que faz  do púlpito sua empresa, da igreja seu curral, e da fé sua "galinha dos  ovos de ouro". Esse nepotismo eclesiástico atropela a verdade do  evangelho. Quantos homens de Deus são deixados de lado porque o "filho  do dono" herdou o trono! 
Que Deus nos ajude a permanecer igreja, lutando contra  essas demonizações travestidas de bênçãos que invadem o arraial dos  santos. Deus dará um basta em tudo isso! A Obra é Dele!  Ele amaldiçoará as bênçãos dos falsos cristos que se amontoam como  praga infestando a "lavoura de Deus" (I Co. 3. 9).
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