A Verdadeira Natureza do Não Cristão
Querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas. Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os sequestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina. Esta sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito. (1 Timóteo 1.7-11)
Deveríamos entender o que Paulo quer  dizer quando escreve, “mas alcancei misericórdia, porque o fiz por  ignorância e na minha incredulidade”. Ele não nega que era muito  perverso, visto que chama a si de “blasfemo, perseguidor e insolente”.  Ele não nega que era um pecador por ter agido em ignorância e  incredulidade, visto que chama a si mesmo de “o pior dos pecadores”. Ele  não quer dizer que sua ignorância e salvação mereceram salvação para  ele ou compeliram Deus a salvá-lo, visto que então ele não teria  necessidade de nenhuma “misericórdia” e “graça”. E, sem dúvida, nem  todos os que agem em ignorância e incredulidade recebem misericórdia.  Portanto, o “porque” em “mas alcancei misericórdia, porque o  fiz por ignorância e na minha incredulidade” não pode se referir a algo  que moveu Deus a salvar Paulo.  Isso indica somente que ele estava numa  condição que não era além da salvação. Isto é, ele não tinha cometido o  pecado imperdoável, ou blasfêmia contra o Espírito Santo. Ou, ele não  tinha caído sob a condenação de Hebreus 6.1-6 e 10.26-31.
Colocando de lado a confusão potencial  acima, a declaração de Paulo sobre seu passado nos fornece insight sobre  a verdadeira natureza de um não cristão.
Primeiro, um não cristão é uma pessoa  ignorante – ele é estúpido. Da perspectiva do mundo, poucos eram mais  instruídos e inteligentes que Saulo de Tarso. Mas a perspectiva do mundo  é errada, visto que é o ponto de vista de homens tolos. Agora Paulo vê  que ele era ignorante, e isso por extensão implica que os outros não  cristãos são ignorantes também, visto que ele era superior a maioria  deles nas opiniões dos não cristãos, incluindo a interpretação não  cristã (e, dessa forma, falsa) da Lei. Os não cristãos são pessoas  ignorantes, e ainda são culpados do pecado. Não devemos confundir  ignorância com inocência.
Segundo, Paulo diz que agiu em  incredulidade. Na Bíblia, incredulidade com muita frequência indica mais  que uma mera falta de fé, mas uma hostilidade contra Deus e contra a  verdade. Considere a incredulidade dos israelitas a quem Moisés tirou do  Egito. Eles murmuraram contra Deus e se irritaram com Moisés em muitas  ocasiões. E considere o próprio Paulo. Ele não era passivo em sua  discordância com a fé cristã, mas abrigava um ódio profundo contra  Cristo e aqueles que o seguiam, e isso se transformou em blasfêmia e  violência. Não devemos confundir incredulidade com um ceticismo saudável  contra afirmações improváveis. Incredulidade é uma hostilidade  irracional e burra contra a verdade. É uma negação da realidade. Os não  cristão vivem de ilusões, e não têm senso do que é verdadeiro e real.
O não cristão nunca é inteligente e  nunca é inocente. E é contra esse pano de fundo que podemos apreciar a  graça de Deus ainda mais. Paulo vê a si mesmo como um exemplo modelo. Se  Cristo pôde exercer paciência para com alguém como ele, o pior dos  pecadores, e se Cristo pôde manifestar sua graça a alguém como ele,  então Deus fez de uma vez por todas a declaração que outros poderiam  também receber o perdão e a salvação através de Jesus Cristo. Ao salvar  alguém como Paulo, e ao salvar alguém como você, Cristo revela a  grandeza de sua misericórdia, e honra o Pai demonstrando esse aspecto de  sua natureza.
O resumo de Paulo do que aconteceu a ele  exibe dois ingredientes essenciais de um preciso entendimento e  pregação do evangelho. Primeiro, a verdadeira extensão da depravação do  homem deve ser reconhecida. A estupidez e hostilidade do não cristão não  pode ser obscurecida ou posta de lado, quer em nosso entendimento com  respeito ao nosso estado antes da conversão, ou em nossa percepção e  pregação com respeito ao estado presente dos não cristãos. Se você não  pensa que os não cristãos são estúpidos e hostis, como você era antes de  se tornar um cristão, então você nega o evangelho. Você nem mesmo  reconhece plenamente a necessidade que o pecador tem do evangelho.  Segundo, a graça de Cristo é anunciada contra esse pano de fundo de  extrema tolice e depravação do homem, e como resultado, sua glória é  revelada e magnificada.
Paulo escreve que os falsos mestres  promovem mitos e controvérsias, em vez de fazer a obra de Deus. O que,  então, é a obra de Deus? É a pregação dessa mensagem sobre a  misericórdia de Deus ao salvar pecadores. É declarar a pecaminosidade do  homem e anunciar a graça de Deus que resgata-o da condenação. Esse é o  uso apropriado da Escritura, e nossa tarefa é publicar essa mensagem a  todas as nações.
Via MonergismoTraduzido por: Felipe Sabino de Araújo Netohttp://www.vincentcheung.com/
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