Sempre que perguntam qual meu livro favorito, diferentemente de muitas pessoas que preferem dizer todos, respondo de imediato: Orgulho e Preconceito.
A obra-prima de Jane Austen, apesar de ser, na visão de muitos, um “livro para moças”, abriga alguns dos personagens mais vívidos que já pude encontrar em um romance. Um deles é o tão amado Mr. Darcy, aquele com o qual eu mais me identifico.
Hoje compartilho com você uma das passagens em que ele e Caroline Bingley expõem a Elizabeth Bennet sua definição de mulher realmente prendada:
– Apesar do grande número das minhas relações, não posso gabar-me de conhecer mais de meia dúzia de moças realmente prendadas.
– Nem eu — disse miss Bingley.
– Nesse caso — observou Elizabeth –, deve exigir muitas qualidades para o seu ideal de mulher perfeita.
– De fato, exijo muitas qualidades.
– Oh, certamente — exclamou a sua fiel aliada. — Nenhuma mulher pode realmente ser considerada completa se não se elevar muito acima da média. Uma mulher deve conhecer bem a música, deve saber cantar, desenhar, dançar e falar as línguas modernas, a fim de merecer esse qualificativo, e além disso, para não o merecer senão pela metade, é preciso que possua um certo quê na maneira de andar, no tom de voz e no modo de exprimir-se.
– Sim, deve possuir tudo isso — acrescentou Darcy. — E acrescentar ainda alguma coisa mais substancial: o desenvolvimento do espírito pela leitura intensa.
– Já não me espanto de que conheça apenas seis mulheres completas, espanto-me é que conheça alguma.
Tradução de Lúcio Cardoso
Fonte: Lendo.org
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