quarta-feira, setembro 30, 2009

Eventos di Crenti do Mês de Outubro I


Este é um momento profético, pois é a confirmação dos Desígnios de Deus, já revelados ao Ap. Miguel Ângelo, acerca de cinco anos, quando o Espírito Santo se manifestou em profecia e sobrenaturalmente disse: "dar-te-ei o governo espiritual da Europa e África, e serás a voz de Deus em Português para o mundo."

Jornada Apostólica de Fé e Milagres de Outubro.


Nossa Próxima Jornada terá um tema especial:

Como Voltar a Ter Saúde ?
Serão 3 Dias com quatro mensagens que mudarão a sua vida!(mensgens do Ap. Miguel Ângelo)
E ainda o Cha Feminino Shail especial para as Mulheres.


Clique na imagem e veja o vídeo de chamada para o evento: Jornada Apostólica de Fé e Milagres de Outubro.












Atenção!
O ministério dos blogueiros adverte: A Nani está para receber do Danilo Genizah a unção de bispa primaz, aguardem maiores informações sobre o evento histórico: A Inauguração da Igreja que tem Nani e a Teologia , um Púlpito Cristão, o Pastor Marcio de Souza, alguns Bereianos, o mestre Hermes Fernandes e o Apóstolo Danilo pra cuidar do Genizah, será tudo muito organizado.


O que isso tem haver com o texto acima? Tudo!
Se você desejar receber a ministração poderosa de apóstolos, bispa primaz, mestres, profetas e pastores ungidos é só aguardar pelo abençoado ungido di gizus, o apóstolo Danilo inaugurar seu empreendimento, ops, sua igreja, que vai impactar as nações, pois tenho fonte segura que o Danilo só tomou essa decisão depois de um revelamento de gizus.
O Mistério é tremendo irmão. 

Deixa Chover, Deixa a Chuva Molhar...



Quem diria que Guilherme Arantes serviria de inspiração para tantos ministérios diferentes do Brasil? Foi uma composicão despretenciosa, creio que nos anos 80, o cantor e compositor Guilherme Arantes, não sei se sob a inspiração do Tom Jobim e suas Águas de Março, compôs a música Deixa Chover.
O que me chama a atenção é que o cantor não pede a chuva, ele fala que: "infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer...", acho que foi daí  que os cantores do mundo gospel tiveram a inspiração: As coisas não são exatamente como o Guilherme Arantes quer porque ele não é filho do Rei, não tem a Marca da Promessa, logo não pode cantar pedindo Restitui, porém nós, os filhos do Rei podemos cantar sim, pois vemos pequenas nuvens do tamanho da mão de um homem, e esse é um poderoso sinal que a chuva vai descer. Cantemos então: "Faz Chover, Faz Chover, Abre as comportas do céu..."
Vamos pensar um pouco:
Eu, analfabeta teologicamente, sei que a tão cantada música refere-se ao capítulo 18 e versículo 44 do primeiro livro de Reis, quando o profeta Elias pede pela sétima vez para o moço ver se tinha alguma nuvem no céu, e o mesmo volta com a resposta: "Uma nuvem tão pequena quanto a mão de um homem está se levantando do mar", 1Reis 18:44a.

Contexto do período histórico que inspirou o autor da música:

O Aniversário do Bispo Nacional Miguel Jr. e a omissão do Apóstolo Valdemiro Santiago.


Homenagem ao Bp. Nacional Miguel Jr. from Igreja Cisto Vive on Vimeo.

Se na época do nascimento prematuro do Bispo Nacional Miguel Angello Jr., (ele ainda não concluiu o cursinho de Bispo Internacional), o Apóstolo Valdemiro Santiago já estivesse com a unção da toalhinha, o Apóstolo Miguel Angelo seria poupado de muito sofrimento.
Mas, valeu a pena, o rapaz cresceu forte e sadio, e como você pode observar  ele tentou várias carreiras profissionais:
  • Tentou ser baterista da igreja apostólica do papi: não deu;
  • Tentou ser piloto, mas com a morte do Senna ele ficou traumatizado: Frustração novamente;
  • Tentou ser Office boy, mas isso não é carreira para o filho de um apóstolo;
  • Tentou ser cantor, mas os fiéis não gostaram muito da sua voz;
  • Então num ato de rebeldia, foi para Barretos e tentou a carreira de bailarino contry: Frustração; seu papi mandou o vô preto, (pai da sua mãe preta que não aparece no vídeo, mas é mencionada pelo apóstolo Miguel Angelo dessa forma carinhosa), lhe buscar e levá-lo para a igreja;
  • Ele tentou sair da situação, mas como o vídeo mostra, a pressão foi muito forte;
  • Começa então uma nova fase na promissora carreira do rapaz, e sob a inspiração dos girassois ele começa a estudar a cartilha do papi;
  • Vem então a fase laranja, foi o tratamento intensivo que o apóstolo Miguel Angelo, através de um revelamento submeteu o jovem mancebo;
  • O jovem rapaz resolve então parar de remar contra a maré e volta pra igreja, arruma uma namorada e casa-se.
  • Recebe um babador azul em uma cerimônia de pompa;
  • Termina o curso de medicina e faz alguns partos, mas não pensa mais em seguir carreira fora da igreja apostólica do papi.
  • Hoje ele é um Bispo Nacional, sabe o que isso quer dizer? Se souber me explique, porque o que eu pude entender é que ele só pode Bispar no Brasil.

terça-feira, setembro 29, 2009

Não disperdice seu púlpito por John Piper


A riqueza da Língua Portuguesa em contraposição à pobreza das canções "evangélicas"...

A riqueza da Língua Portuguesa em contraposição à pobreza das canções "evangélicas"...

por: Alessandro Cristian 


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Nossa Língua Portuguesa é falada por aproximadamente 250 milhões de pessoas ao redor da Terra. É a quinta língua mais falada no mundo e a terceira mais falada do lado ocidental do globo.
Trata-se de um idioma riquíssimo. Tal riqueza até mesmo nos impossibilita de afirmar exatamente a quantidade de palavras existentes, embora se fale em algo em torno de 500.000. Essa variedade de vocábulos deve-se ao fato de que nosso vernáculo possui palavras cuja etimologia vem do grego, do latim, do árabe, dos dialetos indígenas e africanos, etc.
No entanto, a multidão de palavras que constitui a “Flor do Lácio” não se reflete em parte das composições evangélicas hoje em voga.
A mesmice que grassa (por falta da graça?) nos “hinos” cantados em nosso meio é sofrível.
Há algumas palavras-chave que, ao que nos parece, tem servido de inspiração ad nauseum pelos compositores “gospel”. Elencarei aqui algumas delas:
- chuva, chover;
- abundante;
- restitui, restituição;
- noiva;
- derrama, derramar;
- shekinah;
- incendeia, incendiar, fogo;
- apaixonado (s);
- vitória.

Tal qual verdadeiros mantras, versos são elaborados com as palavras supra e as mesmas 4 ou 5 frases são repetidas “ad eternum” pelos “levitas”.
Prováveis causas dessa mesmice:
- O pensamento de que “um-fez-e-deu-certo-deixa-eu-fazer-também-para-ver-se-cola”.
- A soma de melodias que grudam pela insistência + letras fáceis são a mistura perfeita para vender CD.
- É disso que o povo gosta: ser levado pela emoção, e não pela razão. E pensamentos batidos/frases de efeito cumprem bem esse papel.
- o real desconhecimento do vernáculo por parte dos compositores.



Mas também não vou generalizar. Há verdadeiros adoradores e há “adoradores”.

Na primeira categoria se enquadram aqueles que não aderem às letras da moda, e estão preocupados unicamente em adorar a Deus. Já os “adoradores”, seguem o esquema palavras chave + frases fáceis + melodias que grudam não tanto pela qualidade, mas pela repetição + um toque de emocionalismo = milhares de CD vendidos. E se não tiver canções novas para lançar o CD anual, o negócio é mandar um “ao vivo”. E se no ano que vem as novas composições ainda não estiverem prontas, é só lançar um “acústico”... Ou quem sabe um "remix"... Os fãs se agradam disso. (Mas... E Deus?)
Soli Deo Gloria

Pitaco da Meire:
Hoje no Twitter o cantor e compositor Glaudir Cabral deixou uma pérola: A dica da sua participação no Plataforma.
Ouçam e confronte com as musiquinhas antropocêntricas que são cantadas nas igrejas do Brasil.
Glaudir Cabral é uma pessoa tão gente boa que enviou uma música dele que é uma verdadeira pérola, mas que não dá pra encontrar no mercado, ela é do ano de 1978!
Conheçam o trabalho de pessoas como o do Glaudir Cabral, João ALexandre, Tuta Moraes, enfim, faça uma higiene na sua mente e coração. Sei que o resultado disso será uma teologia mais coerente com A Palavra, pois essas musiquinhas além de pobres no estilo, são pobres em teologia. 


Por que alguns de nós viram assassinos?


Por que alguns de nós viram assassinos?
Estou muito indignado com tudo que aconteceu em Santo André (SP) esta semana. Indignado com o despreparo da polícia, com o que um jovem tomado por um ciúme pode fazer, com a imprensa que o coloca ao vivo só para dar audiência no ar e ganhar dinheiro com as desgraças alheias, indignado de ver como é fácil encontrar armas neste país e com a igreja, que não vai se manifestar por achar que não tem nada a ver.

A notícia me pegou longe de casa. Estava pregando em um acampamento em Joinvile e foi um grande susto, pois tinha certeza que o rapaz só estava enrolando e já tinha caído em si na burrada que tinha feito. E que era questão de tempo para ele soltar a menina.
Algumas perguntas ficaram em meu coração a serem resolvidas.
Por que algumas pessoas perdem a cabeça e se tornam assassinas?
Qual a diferença entre um assassino e uma pessoa de bem? Não seria o puxar o gatilho? Os que puxam são assassinos e os que não puxam não são assassinos? Ou tem quem puxe que não é e outros que não puxam que são? São complicados os critérios da lei sobre réu primário, quanto mais a teologia por trás disso.
Este caso me trouxe à memória o primeiro assassinato na escrituras, o de Caim e Abel (Gn 4: 1-8). E a mesma pergunta surgiu em meu coração: Caim matou porque era assassino, ou virou assassino porque matou?

Sempre colocamos o foco da revolta de Caim no fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel e rejeitado a de Caim. E ficamos nos perguntando por que Deus a recusou, sendo que nenhuma regra tinha sido estabelecida. Ou falamos que só pode ser que um deu de coração e outro não, sendo que a bíblia mesmo não coloca isso.
Lendo, reparei que no v.7 Deus vai conversar com Caim sobre o porquê de seu sacrifício não ter sido aceito e fala que, se ele fizer o bem, tudo ficará bem, mas se não, o pecado que está à porta vai entrar. E, mesmo sendo avisado, Caim matou o irmão e procedeu com o mal.
Caim não se tornou assassino porque matou Abel. Caim matou Abel porque já era assassino. É por isso que seu sacrifício não foi aceito!
É duro assumir e entender isso que a Bíblia nos coloca. Todos nós somos de natureza má e temos o mal em nossos corações.
Depois da queda todos nós fomos condenados a nascer egoístas, invejosos, deturpados sexualmente, corruptos, assassinos. Essa foi a escolha da humanidade em Adão, e é assim que, no fundo no fundo somos.

Aí você comenta: mas na prática nem todos puxam o gatilho. Eu mesmo não sou um tarado, mau caráter ou assassino!
Pois é aí que entra a graça de Deus. Quando não chegamos de fato à deturpação total de nós mesmos, foi porque a graça de Deus chegou até nós. Ela é chamada de graça comum ou graça sustentadora, pois cobre a crentes e não crentes e serve para manter a criação. Se não fosse ela, a vida no mundo seria insustentável e todos nós viveríamos o mais pleno pecado de nossa natureza, de nossos corações.
A discussão agora vai ser se o Lindemberg é assassino ou um rapaz que teve um surto e matou por desespero ao ver a polícia entrar no apartamento. Sobre como a lei brasileira vai decidir isso, não tenho condições de opinar. Mas a pergunta teológica que surgiu no meu coração, vou arriscar a mudar.

A pergunta não é por que alguns de nós se tornam assassinos e sim, por que todos não são assassinos depois da queda? E a resposta é graças à cruz de Cristo que cobre a todos sustentando com a dádiva que vem de Deus, chamada amor.
Senhor, continue a sustentar com o bem a mim e aos meus amigos, para que o mal não ganhe espaço em nossos corações e que não nos tornemos o que realmente somos: maus!

Fonte: irmaos.com

Podcast irmaos.com #71: Ampliando Sua Visão Missionária


Paulinho Degaspari, Marcos Botelho e MV conversam com Maurício Cunha, diretor de programação da Visão Mundial e descobrem mais um pouco como os cristãos podem fazer diferença no mundo, nem que seja a partir da vida de uma pequena criança ou de um desabrigado pela enchente.

A Adriana não participou da gravação original mas está presente nos recadinhos e EMAILS deste programa.

Duração: 00:49:58

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O Problema do Humano Não É Religião



Nas últimas décadas, Deus me deu a oportunidade de conhecer e vivenciar várias ideologias cristãs. Na minha busca pessoal, acabei entrando em cada uma com a ingenuidade de uma criança, me colocando a total disposição delas para um amadurecimento pessoal motivado pela minha busca a Deus. Adquiri, creio eu, um equilíbrio bíblico por ver o que cada uma tinha a me acrescentar, o que sempre me fez, ao final, optar em buscar outra.

Essa busca me levou a crer que há apenas dois meios para encontrarmos a Verdade: o doce Espírito Santo, e a pessoa de Jesus revelada nas Escrituras Sagradas.
Estive conversando com meu irmão agora sobre essas questões, e comentei com ele o que o Espírito, creio eu, me revelou esta noite: o problema não é a religião.
Antes devo defini-la: entendo religião como sendo um modelo comportamental que caracteriza determinada crença, onde os religiosos o tem tanto como causa como por efeito desta crença.
Digo que o problema da Igreja não é a religião por constatar alguns fatos:
  1. É possível o cristão estar inserido e vivenciar profundamente uma religião e manter a plenitude do Espírito de forma humilde, mansa, misericordiosa e profundamente amorosa. Quem nunca conversou com um crente de 1940, revelando a profunda comunhão que tem com o Espírito, mesmo acreditando que deve se vestir de terno e gravata para ir à igreja?
  2. Os meios liberais, que se auto-denominam não-religiosos, podem ser tão fundamentalistas em suas ideologias quanto os que eles criticam tão veementemente, dando vazão a arrogância, desamor, supervalorização da ideologia em detrimento das pessoas, não conseguindo identificar a essência do cristianismo na simplicidade, necessitando de meios comportamentais para respaldar seu modelo de cristianismo, o que não passa de mais um modelo de religiosidade.
  3. Não podemos escapar de um comportamento religioso, simplesmente por não podermos escapar de um modelo comportamental local, que é influenciado pela ideologia.
O problema não é a religião, mas como lidamos com ela, como lidamos com as equações de causa e efeito da crença, pois a iniquidade do homem sempre encontrará um caminho, independente da ideologia - religiosa ou não.
Um pensamento decorrente disso é o óbvio: o problema não é a religião, mas sim a falta de amor dentro de uma, seja ela qual for, independente do formato.
Fonte: Frutificar

As Confusões da "Cabana"

As Confusões da "Cabana"
*Dr. Paulo Romeiro


Introdução

Já faz tempo que o liberalismo teológico tem assediado e invadido uma boa parte do campo evangélico brasileiro. Os prejuízos para a pregação do evangelho têm sido enormes. A decadência doutrinária aumenta com rapidez e muitos crentes estão cada vez mais confusos.

Por várias décadas, o liberalismo teológico vem ganhando espaço nas denominações históricas e em seus seminários. Nos últimos anos, porém, alguns segmentos pentecostais foram atingidos por essa corrente de pensamento, algo inimaginável até então, pois, ser pentecostal significa crer no poder e na Palavra de Deus.


A exemplo dos liberais, alguns pentecostais se julgam espertos o suficiente para duvidar de Deus e da sua Palavra. Hostilizar o cristianismo, exaltar a dúvida e questionar a Bíblia Sagrada tornou-se para muitos um sinal de academicismo e inteligência.

É o que vemos hoje através das igrejas emergentes, que pregam uma ortodoxia generosa,  ¹ onde as verdades e temas vitais da fé cristã perdem sua importância. Tudo indica que há uma apostasia se instalando em muitas igrejas evangélicas, algo já predito na Palavra de Deus e que aponta para a volta de Cristo (2 Ts 2.3; 2 Tm 4.1; 2 Tm 4.1-4; 2 Pe 2.1).

É num solo assim, fértil para a semeadura e crescimento de distorções das doutrinas centrais da fé cristã que surge o livro A Cabana   ² promovendo o liberalismo teológico e fazendo sucesso entre os evangélicos e a sociedade em geral.

Este artigo apresenta uma breve análise, à luz da Bíblia, sobre esse best-seller a fim de responder algumas indagações de muitos cristãos.
____________________________________                                                                                 ¹ Brian McLaren. Uma ortodoxia generosa. Brasília. Editora Palavra. 2007. Este livro promove    muitas das propostas denunciadas neste estudo.
² YOUNG, William P. A cabana. Rio de Janeiro. Editora Sextante. 2008.




I – Definições
Liberalismo teológico: Movimento da teologia protestante que surgiu no século XIX  com o objetivo de modificar o cristianismo a fim de adaptá-lo à cultura e à ciência modernas.

O liberalismo rejeita o conceito tradicional das Escrituras Sagradas como revelação divina proposital e detentora de autoridade, preferindo o conceito de que a revelação é o registro das experiências religiosas evolutivas da humanidade. Apregoa também um Jesus mestre e modelo de ética, e não um redentor e Salvador divino.
Pluralismo religioso: A crença de que há muitos caminhos que levam a Deus, que há diversas expressões da verdade sobre ele, e que existem vários meios válidos para a salvação.
Relativismo: Negação de quaisquer padrões objetivos ou absolutos, especialmente em relação à ética. O relativismo propala que a verdade depende do indivíduo ou da cultura.
Teologia relacional (teísmo aberto): Conceito teológico segundo o qual alguns atributos tradicionalmente ligados a Deus devem ser rejeitados ou reinterpretados. Segundo seus proponentes, Deus não é onisciente e nem onipotente. A presciência divina é limitada pelo fato de Deus ter concedido livre-arbítrio aos seres humanos.

II – O livro A cabana
A história do livro

Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria, uma tragédia marca para sempre a vida da família de Mack Allens: sua filha mais nova, Missy, desaparece misteriosamente. Depois de exaustivas investigações, indícios de que ela teria sido assassinada são encontrados numa velha cabana.

Imerso numa dor profunda e paralisante, Mack entrega-se à Grande Tristeza, um estado de torpor, ausência e raiva que, mesmo após quatro anos de desaparecimento da menina, insiste em não diminuir.

Um dia, porém, ele recebe um bilhete, assinado por Deus, convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo.

Chegando lá, sua vida dá uma nova reviravolta. Deus, Jesus e o Espírito Santo estão à sua espera para um “acerto de contas” e, com imensa benevolência, travam com Mack surpreendentes conversas sobre vida, morte, dor, perdão, fé, amor e redenção, fazendo-o compreender alguns dos episódios mais tristes de sua história (Informações extraídas da orelha do livro).
O livro é uma ficção cristã, um gênero que cresce muito na cultura cristã contemporânea e comunica sua mensagem de uma forma leve e fácil de se ler. O autor, William P. Young trata de temas vitais para a fé cristã tais como: Quem é Deus? Quem é Jesus? Quem é o Espírito Santo? O que é a Trindade? O que é salvação? Jesus é o único caminho para Deus?

III – Pontos principais do livro³
1. Hostilidade ao cristianismo

“As orações e os hinos dos domingos não serviam mais, se é que já haviam servido... A espiritualidade do Claustro não parecia mudar nada na vida das pessoas que ele conhecia... Mack estava farto de Deus e da religião...” (p. 59).

“Nada do que estudara na escola dominical da igreja estava ajudando. Sentia-se subitamente sem palavras e todas as suas perguntas pareciam tê-lo abandonado” (81).
Resposta bíblica: Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18).
2. Experiência acima da revelação

As soluções para os probemas da vida surgem de experiência extrabíblicas e não da Palavra de Deus. As alegadas revelações da “Trindade” são a base de todo o enredo do livro. Mesmo fazendo alusões às verdades bíblicas, elas não são a base autoritativa da mensagem.
3. A rejeição de Sola Scriptura

A Cabana rejeita a autoridade da Bíblia como o único instrumento para decidir as questões de fé e prática. Para ouvir Deus, Mack é convidado a ouvir Deus numa cabana através de experiências e não através da leitura e meditação da Bíblia Sagrada.
Resposta bíblica: Rm 15.4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.

2 Tm 3.16, 17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a coreção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

A igreja não precisa de uma nova revelação mas de iluminação para entender o que foi revelado nas Escrituras.
4. Uma visão antibíblica da natureza e triunidade de Deus

Além de errar sobre a Bíblia, A Cabana apresenta uma visão distorcida sobre a Trindade. Deus aparece como três pessoas separadas, o que pode ser chamado de triteísmo.

O autor tenta negar isso ao escrever: “Não somos três deuses e não estamos falando de um deus com três atitudes, como um homem que é marido, pai e trabalhador. Sou um só Deus e sou três pessoas, e cada uma das três é total e inteiramente o um” (p. 91).
Young parece endoçar uma pluralidade de Deus em tres pessoas separadas: duas mulheres e um homem (p. 77). Deus o pai é apresentado como uma negra enorme, gorda (p. 73, 74, 75, 76, 79), governanta e cozinheira, chamada Elousia (p.76)).

Jesus aparece como um homem do Oriente Médio, vestido de operário, com cinto de ferramentas e luvas, usando jeans cobertos de serragem e uma camisa xadrez com mangas enroladas acima dos cotovelos, mostrando so antebraços musculosos. Não era bonito (p. 75).
________________________________
³ Algumas idéias foram extraídas de um trabalho publicado por Norman Geisler: “Norm Geisler Takes “The Shack”to the Wood Shed. Acessado em 18 de dezembro de 2008. www.thechristianworldview.com 


O Espírito Santo é apresentado como uma mulher asiática e pequena (p. 74), chamada Sarayu (p. 77, 101).
Resposta bíblica: Dentro da natureza do único Deus verdadeiro há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. São três pessoas distintas, mas, não separadas como o livro apresenta. Além disso, o Pai e o Espírito Santo não possuem um corpo físico. Veja Jó 10.4; João 4.24 e Lucas 24.39.
5. A punição do pecado

O livro apregoa que Deus não castiga os pecados: “Mas o Deus que me ensinaram derramou grandes doses de fúria, mandou o dilúvio e lançou pessoas num lago de fogo. — Mack podia sentir sua raiva profunda emergindo de novo, fazendo brotar as perguntas, e se chateou um pouco com sua falta de controle.

Mas perguntou mesmo assim: — Honestamente, você não gosta de castigar aqueles que a desapontam”? Diante disso, Papai interrompeu suas ocupações e virou-se para Mack. Ele pôde ver uma tristeza profunda nos olhos dela.

— Não sou quem você pensa, Mackenzie. Não preciso castigar as pessoas pelos pecados. O pecado é o próprio castigo, pois devora as pessoas por dentro. Meu objetivo não é castigar. Minha alegria é curar. — Não entendo...”

Resposta bíblica:

A Cabana mostra um Deus apenas de amor e não de justiça. Apesar da Bíblia ensinar que Deus é amor, não falha em apresentá-lo como um Deus de justiça que pune o pecado:
“A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4).

“Semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.27). “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

“E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (2 Ts 1.7, 8). Cristo morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3).
6. O milagre da encarnação

O livro apresenta uma visão errada da encarnação de Jesus Cristo: “Quando nós três penetramos na existência humana sob a forma do Filho de Deus, nos tornamos totalmente humanos.

Também optamos por abraçar todas as limitações que isso implicava. Mesmo que tenhamos estado sempre presentes nesse universo criado, então nos tornamos carne e sangue” (p. 89).
Resposta bíblica:

De acordo com a Bíblia, somente o verbo encarnou (Jo 1.14). Veja ainda Gl 4.4; Cl 2.9) e (1 Tm 2.5).
7. Jesus, o melhor ou único caminho para o Pai?

No livro, Jesus é apresentado como o melhor e não o único caminho para Deus: “Eu sou o melhor modo que qualquer humano pode ter de se relacionar com Papai ou com Sarayu” (p. 101).
Resposta bíblica:

A Bíblia é muito clara ao afirmar que Cristo é o único que pode salvar: Is 43.11; Jo 6.68; Jo 14.6; At 4.12 e 1 Tm 2.5.
8. Patripassionismo

O livro promove uma antiga heresia denominada patripassionismo, que é o sofrimento do Pai na cruz: “O olhar de Mack seguiu o dela, e pela primeira vez ele notou as cicatrizes nos punhos da negra, como as que agora presumia que Jesus também tinha nos dele.

Ela permitiu que ele tocasse com ternura as cicatrizes, marcas de furos fundos” (p. 86). “Olhou para cima e notou novamente as cicatrizes nos pulsos dela” (p. 92). “Você não viu os ferimento em Papai também”? (p. 151).
Resposta bíblica

A Bíblia mostra que foi Jesus quem sofreu na cruz e recebeu as marcas dos cravos e não o Pai ou o Espírito Santo. Veja João 20.20, 25, 28.
9. Universalismo

A Cabana promove o universalismo, isto é, que todas as pessoas serão salvas, não importa a sua religião ou sistema de crença.
“Os que me amam estão em todos os sistemas que existem.

São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa. Tenho seguidores que foram assassinos e muitos que eram hipócritas. Há banqueiros, jogadores, americanos e iraquianos, judeus e palestinos” (p. 168, 169).

“Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero me juntar a eles em seu processo para se transformarem em filhos e filhas do Papai, em irmãos e irmãs, em meus amados” (p. 169).

Jesus afirma: “A maioria das estradas não leva a lugar nenhum. O que isso significa é que eu viajarei por qualquer estrada para encontrar vocês” (p. 169).
Resposta bíblica

Não há base bíblica para tais afirmações. A Palavra de Deus ensina que não existe salvação fora de Jesus Cristo. Apesar do universalismo ser uma doutrina agradável, popular e que reflete a política da boa vizinhança, a Bíblia afirma que nem todos serão salvos: Veja Mt 7. 13, 14; 25.31-46; 2 Ts 3.2.
                      
* Pastor presidente da ICT- Igreja Cristã da Trindade
  Presidente da Agir- Agência de Informações Religiosas

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Bibliografia

EVANS, C. Stephen. Dicionário de apologética e filosofia da religião. São Paulo. Vida. 2004.
NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a Igreja. São Paulo. Mundo Cristão. 2008.
PIPER, John et alli. Teísmo aberto: uma teologia além dos limites bíblicos. São Paulo. Editora vida. 2006.
WILSON, Douglas (org.). Eu não sei mais em quem eu tenho crido: confrontando a teologia relacional. São Paulo. Editora Cultura Cristã. 2006.
YOUNG, William P. A cabana. Rio de Janeiro. Editora Sextante. 2008.


Fonte: Igreja Cristã da Trindade

Eu Creio. Como assim? II

Deus prometeu glória e riqueza ao Homem?
Sim.
“Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares.”
Ops! Esta oferta tentadora foi feita pelo diabo.

Deus é amor, mas também é justiça?
Não.
O amor dele é justiça e a justiça dele é amor. Quem faz justiça sem amor, faz por vingança. Quem ama sem fazer justiça, ama por conveniência.

Quem é maior? O Deus Soberano ou o Deus encarnado?
O Pai e o Filho são um, logo, o ‘Jesus encarnado’ é tão soberano quanto o ‘Deus soberano’ que se encarnou no filho. É o paradoxo do enlace divino!
A encarnação do Soberano não é redução. A encarnação é a versão humana do Deus Soberano. Deus é tão soberano que se encarnou para ser soberano de modo humano!

“Sou apaixonado por Jesus” – Jesus é apaixonado por mim?
Não. Jesus P. da Luz é apaixonado pela Madonna.

Se Jesus encarnasse novamente, e chamasse 12 pastores para segui-lo, quem ele chamaria?
Não sei, porém dessa vez, se ele convidasse com o mesmo lema: “deixa tudo e me segue”, ele provavelmente receberia 12 “não, obrigado”.

O que é felicidade?
Infelizmente, felicidade não é uma sucessão de alegrias e não é ter tudo o que se quer. Quem tem tudo que quer, é apenas abastado e felicidade vai além do ter e se limita no ser.

Felicidade é saber viver ainda que a nossa cama tenha como chão, o Sheol.

Felicidade não é contentar-se com cada situação dolorosa, mas contentar-se por quem decidimos viver em função de quem haveremos de ser. Quem sofre, mas luta pela vida por alguém e por si mesmo, encontra uma espécie de felicidade inumana, incomum e que não tem melindres, frescuras, exigências e egoísmos.
Quem vive ‘para si em função de alguém’ (ame como a ti mesmo), o ‘ter’ nunca será mais importante que o ‘ser’.
Essa felicidade não tem boa aparência e nem confetes e paetês, porém tem sangue que robustece e que faz transpirar até em pele ressequida.

Faz terra árida chorar gojetos de vida!
“O deserto e a terra sedenta se regozijarão; o ermo exultará e florescerá como o lírio. Florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus. Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes!”

Pense nisso!
Fonte: Meras Palavras 

segunda-feira, setembro 28, 2009

Entrevista Caio Fábio



"Um Rosto preso no cristal do Super Man #1"
Dica do meu cunhado Daniel, valeu!

A Lâmpada e a Luz - Que nossos astros pop gospel ouçam esse conselho.

Com qual delas você se identifica? Com a lâmpada ou com a luz? Ainda confunde a luz com a lâmpada? Qual das duas é mais importante? Pense bem, antes de ajoelhar-se diante do sacrário ou de passear com o ostensório diante dos fiéis. Por não deixar clara a diferença entre o símbolo e o mistério, um grande número de pregadores desvia os fiéis para um devocionismo sem catequese: desfundamentam a fé, erguem edifícios frágeis e sem alicerce e enchem os templos de fiéis que procuram mais a lâmpada do que a luz. Formam gente que, ao invés de olhar ao redor para as coisas que a luz banhou, olham para a lâmpada, de onde sai a luz. Ficam cegos de tanto se fixar na direção errada. Lâmpadas não são para serem vistas nem tocadas. A luz que elas emitem não são para se encarar de frente e, sim, para iluminar o que, de fato, devemos encarar. Não se pára no símbolo, quando se busca o mistério para o qual ele aponta.

O cantor ou pregador que permite que lhe joguem um holofote no rosto, ou que canta diante de sua própria imagem ampliada, certamente brilhará e terá feito um excelente marketing de si mesmo, mas ficará cego e certamente não verá o povo para quem ele canta e fala. Será erro de comunicação dele e do iluminador. Mas, se a intenção daquelas luzes for, de fato, ressaltar o pregador, o cantor ou o espetáculo, então, chame-se ao ato de espetáculo e não de evangelização

Se o objetivo for ressaltar a mensagem, há que haver luzes mostrando quem a emite e quem a recebe. Deus e o povo. Chame-se a este ato de rito ou de catequese. Mas se o cantor ecoar a si mesmo, será tudo menos catequista. Será um artista exibicionista. Falo como quem corre, permanentemente, este risco e como quem leciona Comunicação Religiosa há mais de 27 anos. Para o pregador religioso há que haver limites. Nossa proposta é outra.

Em termos de comunicação cristã, o risco de acentuar a lâmpada e jogar tudo na direção dela e do seu bocal, ao invés de mirar o que a luz dela emanada ilumina, nos remete à resposta que devemos à graça do céu. O poder ou a busca do sentido de Deus entre nós não nos é dado para que as pessoas nos olhem, nem para que as câmeras se fixem em nós 95% do tempo e, sim, para que se mostre o povo que recebe a pregação; com o povo, outras imagens.

Nem mesmo o dom das línguas que é tão pessoal nos é dado para aparecermos. É um consolo, como lembra São Paulo, (1 Cor 14,1-40), mas é sinal. Não podemos usá-lo para parecermos mais renovados que os outros cristãos! Se virar exibição perderá a sua força e o seu porquê.

Câmeras e luzes deslumbram. O tempo que ficamos diante das câmeras mostra se estamos ou não estamos enfeitiçados com aquelas luzes sobre nós. Nossa presença excessiva ali pode ser mais danosa do que catequética, se não soubermos reparti-la com a presença dos outros, eles protagonizando. Recentemente viajei, cansado, 450 km de ida e volta para dizer uma frase e cantar uma canção na televisão, onde todos os demais convidados eram mais protagonistas do que eu. Não estava bem de saúde, mas pediram minha presença e fui ajudar a ressaltar as luzes emitidas por eles. Perguntado porque me sujeitei àquele cansaço para dizer uma frase, disse que tenho outros espaços onde posso falar três minutos por dia e uma hora por mês. Cabia ajudar os outros a emitir a luz de Cristo já que, quando era eu o protagonista, ele vieram ao meu programa. A mística do comunicador pode exigir isso dele. Aparecer o menos possível, mas, sempre que possível, ajudar os outros companheiros.

A ênfase excessiva no comunicador prejudica a comunicação. Nossa aparição seja breve, ou cercada de outros que também aparecem. Criemos quadros que nos ajudem a tirar o excesso de luzes de cima de nós. A graça não é posta nas mãos do pregador para que ele apareça e, sim, para que ele a entregue ao povo. Jesus (Mt 10,27) sugeriu aos seus pregadores que pregassem à luz, com clareza e de cima dos telhados, não para que mais gente visse o pregador atuando e, sim, para que mais gente ouvisse o que ele diz.

O advento da fotografia retocada, da mídia, das câmeras e da amplificação da voz e da imagem derrubou muitos pregadores das mais diversas igrejas, que, deslumbrados com sua nova aparência, com o poder das luzes e da mídia, capitalizaram na sua imagem, mais do que na sua mensagem. Alguns chegaram no passado microfone em punho a entrevistar o demônio instalado em alguém. Quiseram imitar Jesus, mas deram espaço para o demônio, se demônio havia naquele exorcismo. É o perigo dos focos e das luzes. Naquela hora as luzes da televisão estava sobre o pregador e sobre o demônio. Sobrou pouco espaço para a suposta vítima. Se demônio havia, ele agradeceu aquela cobertura.

Sei disso, porque não faltaram sugestões e tentações de diretores de marketing e de palco a me pedir que aceitasse aqueles holofotes e valorizasse aquela superexposição. Mas me queriam de violão, com alguma canção e alguma frase de efeito... Não fui!

Nos anos 60 fui discípulo, em Washington DC, USA, num curso de verão do Doutor Bacchero que lecionava na linha de McLuan, a matéria “Mass Comunication”. Naqueles dias, brilhavam Elvis Presley e os Beatles, Rock Hudson, John Wayne, Frank Sinatra, Dean Martin, Jerry Lewis, Marilyn Monroe, e despontavam dez a quinze grupos de rock. Os holofotes estavam sobre eles. Ele e outros mestres alertavam para o risco da auto-exposição que escapa ao controle do indivíduo e o transforma em produto de mercado. O marketing não era, ainda, a ciência que se tornou

Qual tem sido o argumento dos pregadores das mais diversas igrejas, que aderiram ao marketing da fé e, ao ressaltar sua individualidade, caíram no individualismo e no protagonismo acima e por sobre o protagonismo do povo de Deus? Aceitaram tornar-se ídolos. Foi consciente? Precisam aparecer para vender? Precisam se manifestar para anunciar? Afirmam que são dados em espetáculo ao mundo e aos anjos (1 Cor 4,9), mas só isso, porque raramente se arriscam a entrar em temas que explicam a primeira parte da sentença de Paulo. Ali está, porém, o cerne da comunicação cristã! -Tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte. Anote-se a palavra “últimos”... Não é o que tem acontecido na pregação de muitos cristãos de agora. Buscam a vidência por causa da evidência!

Estão mais para 2 Tm 4,1-5 do que para o Paulo, que precisou ser descido em um cesto para escapar dos seus perseguidores...( At 9,25) Raramente entram em temas sociais. Dizem que, ao cuidar de doentes e “endemoninhados” (sic) e, ao ensinar a orar para conseguir subir na vida, já fazem um trabalho social.

Seu outro argumento é o de que, ao aparecerem e mostrarem seu rosto, tornando-se referência, conquistam os olhos e os corações de milhões de pessoas para si, e, então, podem anunciar o Jesus que levam em si. A notoriedade lhes dará mais autoridade!

Divulgar-se para divulgar! Há verdade nisso, mas o argumento é escorregadio. Eles sabem e muita gente sabe dos perigos do excesso de luzes sobre a “prima donna” ou sobre o ator número um. Estes, ou são realmente bons, ou perdem a aura! Com o tempo, seu protagonismo será de tal monta que não poderão mais descer do palco ou do púlpito para o meio do povo. Elvis, Marilyns, Madonnas, Britneys, Michael Jackson e outros ídolos de ontem e de hoje, de tanto marketing, terminam isolados e cercados de guarda-costas... Passam a pregar de cima, altaneiros, a viver em bolhas e redomas. Isto para não falar dos que morreram vítimas da mídia que os transformou em produto.

Digo isso porque houve um tempo em que passei pela tentação de ir mais longe do que tinha ido, pelo argumento de que chegaria aonde os outros não chegam. Sofri a tentação da formiga que acha que pode cortar pedaço ainda maior de folha, sem levar em conta a distâncias e os ventos daquela jornada. Argumentavam: “-Alguém tem que ir lá, aonde ninguém foi”. “Jesus iria” “Paulo foi” “Esse novo missionário pode ser você!” “ Você tem todas as qualidades para ir” “Não jogue fora esta chance de evangelizar milhões” – É o que diziam.

Muitas vezes, nos anos 70 e 80, ao ouvir isso, pensei na tentação da montanha e no “tudo isso te darei...” (Mt 4,1-11). Marketing não deixa de ser marketing, mesmo que seja o da fé. Optei por não ser levado tão longe, posto que na mídia, o verbo é “ir” ou “levar”, mas, às vezes, somos mais levados do que vamos. O marketing mais nos leva e nos empurra do que nos deixa ir. Ele tem seus próprios mecanismos. Quem está na mídia há mais de 40 anos sabe que este riacho vira rio caudaloso e não poucas vezes transborda. Ou o aceitamos com suas regras ou, como cavalo xucro, ele nos derruba. Tem que ser muito peão para ficar muitos anos montado no marketing.

Não me considero nem acima nem melhor do que os outros que aceitam ser lâmpadas. Eu fui e ainda sou, mas trago comigo a mística do brilhar junto e acentuar as outras lâmpadas que me ajudam a emitir a luz. Quero luz sobre os meus cantores e os quero ao meu lado e não atrás de mim, até porque, sem eles a mensagem que levo perderia sua força de comunicação. Não sou “Padre Zezinho e sua banda”. Todos os 12 grupos que já cantaram comigo, cantaram ao meu lado e tinham nome, como grupo e como pessoas. Pregamos todos, eles, com o seu brilho de cantores da fé e eu, com minhas luzes de pregador; mas nunca aceitei os holofotes por muito tempo sobre minha pessoa. Foi e é minha mística. Quem já viu meus shows nos últimos 40 anos deve ter percebido que não fico à frente dos meus jovens. Não levo baterista nem saxofonista porque às vezes por problemas de mesa eles abafam a mensagem. Cantamos na mesma linha e não aceito holofotes fixos em mim. A luz deve girar entre os cantores e o povo e um pouco sobre mim, mas o mais discretamente possível.


Aos meus alunos digo o que acabo de escrever. –“Segure o cálice a patena, o ostensório, o violão, a Bíblia e os sinais e instrumentos como quem segura uma lâmpada.” Apagada, fechada, mal citada, mal ligada, mal alimentada ou piscando, ela mais prejudica do que ajuda. Nem o cálice, nem o ostensório nem nós somos a luz: somos lâmpadas. A luz é o Cristo e o mistério que Ele é. Valorize a luz que nasce daqueles sinais! Trate de ser um deles, mas não lute para ser o sinal número um. Segure a lâmpada, já que não é possível segurar a luz. Seja uma lâmpada já que não é possível ser luz. Lúcifer quis ser luz e acabou no inferno, diz a piedosa história da tradição, mencionada de passagem em Mt 25,41 e Judas 1,6

Lembro-me de um episódio que, para mim, foi salutar. Nesses 43 anos de sacerdote e 45 de comunicador, uma vez, tiraram do horário nobre o meu programa que tinha muita audiência; razões da emissora e dos diretores... Se Deus deu a eles a direção daquele veículo, deu a eles mais do que a mim. São carismas. Não precisavam mais do meu. Não abri a boca. Fui embora. Pregaria onde, para quem e na hora em que me fosse permitido. Perdi ouvintes e espectadores. Também eles.

Mas outros diretores me acharam e os ouvintes tornaram a me achar. Expliquei-me, depois, a alunos que me perguntaram por que não lutei por meu espaço já conquistado: era mística. Disse-lhes que não era conquista. Deus me havia dado aquela chance. Veio alguém que não via as coisas do mesmo jeito e entendi que perdera um espaço concedido. O convite acabara!

Nunca assino contrato de trabalho com as mídias onde atuo. São livres para deixar alguém no meu lugar e eu sou livre para ir embora. Já atuei em mais de 9 mídias desde o s meus primeiros anos de sacerdócio. Estive lá como convidado. Fui embora quando os diretores me pediram para não falar ou não cantar determinadas coisas, ou quando acharam alguém mais de acordo com a sua linha, alguns dos quais tinham sido meus alunos. O professor não servia, mas o aluno, sim. Sintonizava melhor com a direção da emissora; prova de que não faço a cabeça de nenhum aluno! Proponho uma mística e uma visão, mas não lhe dou meus óculos e minhas lentes. Ele que ache as dele!


A palavra não deve acorrentar nem os diretores de mídia, nem os pregadores. -Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; (Colossenses 2, 8) Entendo que o mesmo se aplica ao marketing moderno. Não vale qualquer espaço, qualquer método e qualquer coisa para evangelizar a qualquer um. Não valem apenas os números, embora sejam importantes. Foi o que disse Bento XVI quando Cardeal Ratzinger na entrevista Peter Seewald, no livro O Sal da Terra. As estatísticas disse ele, não fazem parte do projeto do Reino. Precisamos redescobrir a Teologia do Pequeno Rebanho! -acrescentou. As estatísticas são válidas, mas não podem determinar nossa pastoral.

Jesus deixou claro que há limites, ao dizer que não faria mudanças pelo fato de seus discípulos não estarem assimilando sua mensagem. Não mudaria nem uma virgula, nem um ponto“”...( Mt 4,17-18) Não pensem que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abolir, mas cumprir. Porque em verdade eu lhes digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. O mesmo Jesus deu liberdade aos discípulos para irem embora em Jo 6,67. O assunto era o pão da vida, a eucaristia, dar a sua carne para a vida dos homens. ( Jo 6, 48-71)

Ceder para permanecer não era a mística de Jesus. Aprendi com Ele. Não aceito qualquer esquema para ficar na mídia. Calarei se for preciso. Não farei falta. Estou lá por graça de Deus e sairei por vontade dele ou dos homens. Mas não lutarei por microfones, câmeras por espaços. Quem me convida sabe disso. Se tiver que ir embora, irei e cederei meu lugar a outros pregadores, mas não me peçam para apenas cantar sem pregar, ou para não cantar canções de cunho social e político. Posso até ajudar um amigo, mas não assumiria um espaço só para cantar ou para cantar mais do que falar. Não fui ordenado padre para cantar. O Antigo Testamento fala de levitas cantores,(1 Cor 5,12) mas nossa Igreja não liga a canção ao sacerdócio.

Oficialmente não existem padres cantores na Igreja Católica. A canção é algo paralelo à missão do sacerdote. Se quiser exercer seu sacerdócio, ele tem que fazer da canção um instrumento secundário. Caso queiram que ele apenas cante, seria o caso de se recusar. Eu me recuso! Deixei de dar muitas entrevistas porque que me queriam com violão nas mãos ou com um rosário entre os dedos e não aceitei o estereótipo. Mostrei o crucifixo no meu peito e disse que carregaria uma Bíblia, se quisessem. Não quiseram.

Entendo que a canção libertadora e a mensagem socio-política dos meus cantos que nascem de encíclicas papais, dos documentos dos bispos, da Bíblia são parte da doutrina fundamental e acho que ela tem uma carga de profunda espiritualidade compassiva e libertadora. Eu jamais cantaria aquela canção que diz: Quero amar somente a Ti. A meu ver, ela nega o cristianismo. É que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro...( Mc 12,31) Ou amamos o próximo ou estamos mentindo quando amamos somente a Deus. (1 Jo 4,20 )

Para meus alunos passo a idéia das lâmpadas e da luz. As lâmpadas são diferentes e as luzes que elas emitem, também. Não é culpa da luz, é da lâmpada. Se o diretor quer outra lâmpada, outra pregação e outro pregador mais da sua linha, ele está no seu direito. Preciso respeitar o catecismo que ele estudou, pregadores que ele ouviu e os livros que ele leu. Se não temos a mesma visão pastoral e ele tem as chaves da emissora, quem fica é ele e quem sai sou eu. A palavra de Deus veio a mim, mas não é minha. Disse Paulo:- Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? (I Cor 14, 36) E disse mais: disse que a palavra de Deus não está presa nem ao dono da emissora, não a diretor de marketing, nem ao pregador, nem ao cantor. Torno a lembrar o que Paulo disse, em outras palavras a respeito da prisão a um só esquema de pregação. (1 Cor 9,19).

Paulo dizia não fazer parte dos muitos falsificadores e subvertedores da Palavra de Deus. Não pregava com astúcia nem com segundas intenções como os que consciente ou inconscientemente visavam adeptos, platéia e aplausos. Jesus dizia o mesmo dos fariseus e seus jejuns espetaculares e divulgados nas esquinas do tipo “veja só como eu oro e jejuo!” Eram bons de marketing, mas pelo visto, ruins de ética. Alguns tradutores verteram os textos de 2 Cor 2,17 e 2 Cor 4,2 como mercadejar ou subverter a Palavra de Deus. O perigo de brigar para poder brilhar ou ir lá impor suas antenas onde outros irmãos da mesma igreja já estão, está na triste realidade que já conhecemos: a do pregador que luta por mais espaço e o consegue, para, logo depois, descobrir que achou apenas o seu espaço, mas não o espaço da Palavra de Deus.

Antonio Vieira, no seu famoso “Sermão da Sexagésima” lembra que pregar palavras de Deus não é o mesmo que pregar A Palavra de Deus. Pregadores eminentes e evidentes não são necessariamente pregadores da eminência da Palavra, porque não poucas vezes posam de videntes para se tornarem evidentes.

Jeremias arrasa tais profetas em Jr 14,14. Raciocino ainda, em base a (Mt 20, 16; 23,6; Lc 14,10) com os amigos que me aconselham a lutar por meu “espaço”. Nestes textos há toda uma mística sobre lugares. Entendo que o comunicador da fé não tem lugar garantido em editora, emissora ou diocese alguma. O lugar sempre lhe será concedido. E sempre a título precário. Faz 40 anos que estou nas Paulinas a título precário. Estão certas elas e estou certo eu. Não há contrato de trabalho. É por obra.

Numa diocese, se mudar o bispo e este seguir outra linha pastoral, prevaleça a nova linha, uma vez que o bispo eleito foi ele e não o pregador. Nenhum pregador deve ser entrudo, nem entrão; muito menos deve ser impulsionado por estratégias de marketing agressivo. Deve, sim, sentir-se convidado. Toda a vez que o pregador se faz convidar para mostrar sua obra e seu discurso, corre um risco de sentar-se em lugar que não é o seu. (Mt 22,11; Lc 14,8) Se uma comunidade não precisa mais dele e não o quer, como são milhares as comunidades e, sendo a Igreja uma “comunidade de comunidades”, haverá sempre alguém que queira o ouvir.

Nem a missa, nem o púlpito, nem o palco, nem a canção, nem a mensagem nos pertencem. João Paulo II e Bento XVI tocaram no assunto ao falar da Eucaristia. Nenhuma missa deve estar ligada ao nome do celebrante. Missa de cura é toda e qualquer missa e não apenas a das 19 horas na quinta feira, celebrada pelo padre XYZ. Então, o pregador apareça, mas não demais, espere ser convidado, mostre qualidade na sua obra recém publicada, e entregue, sem pretensões, a sua nova mensagem. Carteiro que dá show de entrega, às vezes termina por não entregar mensagem alguma! Escorrega no degrau de subida...
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José Fernandes de Oliveira