quarta-feira, junho 30, 2010

O MAR E O LIVRO

O MAR E O LIVRO

Mar, morada de saudade,
Intenso brilho de velas que invadem
Os limites da existência destas margens,
Sabedoria das pedras enfileiradas.
Beleza de horas que se adiam
Imersas nas páginas de um livro.

Mar, morada de saudade
Os versos gastos na memória
Tecidos em vento, alva grinalda,
Banham de canções esta história,
Momento das ondas inconstantes
Que caem sobre a areia morna.

Mar, livro reescrito na saudade
Ao cair da noite solitária
Que introduz mais um capítulo.
Vira-se a página do frágil dia
Na qual desaguam os olhos marejados
Que entre tantas rimas se apresentam
Como personagens dessa travessia.
São da paisagem um novo enredo,
Cancioneiro de outras capitanias
Que diluem o drama da espera
Mas deixam no peito suas reticências

por mmlourenco
No Caminho 

Amigo de Perto


Autor: Roberto MATTOSO
Fonte: POEMAttoso

Sony divulga programa Reader Library para a promoção da leitura digital em bibliotecas públicas

Programa oferece treinamento, dispositivos para leitura e materiais educativos em apoio a programas de livros eletrônicos.

SAN DIEGO, 29 de junho /PRNewswire/ -- Em reconhecimento ao Library Advocacy Day (dia do apoio às bibliotecas), a Sony divulga hoje o programa Reader Library, nova iniciativa para apoiar o trabalho das bibliotecas públicas que estão expandindo e promovendo suas coleções de livros eletrônicos. O programa oferece treinamento em dispositivos de leitura digital às bibliotecas públicas, materiais educativos para ajudar os leitores a saberem mais sobre livros eletrônicos e textos digitais disponíveis nas bibliotecas locais e dispositivos de leitura digital para uso dos empregados das bibliotecas.

"As bibliotecas têm função importante em nossa vida civil e cultural e a Sony acredita que é importante apoiar os sistemas de bibliotecas públicas conforme expandem seus serviços e ofertas digitais, particularmente os livros eletrônicos", diz Phil Lubell, vice-presidente do segmento Reader da Sony. "Nosso programa é uma iniciativa nova que oferece aos bibliotecários mais recursos, capacitando-os a informar e demonstrar aos frequentadores como aproveitar as coleções crescentes de livros eletrônicos".
Fonte: Sony Electronics

Corações fragmentados

Corações fragmentados

Se reservássemos um dia no mês para avaliar nossa atuação no palco da vida, certamente ficaríamos espantados com o que descobriríamos. Aliás, um dia seria muito tempo – isso em se tratando de gente como a maioria de nós, que não consegue separar nem sequer uma hora para um momento de silêncio reflexivo.

A fim de sobreviver nesta era, tivemos que nos adaptar às incontáveis mudanças de paradigmas, valores e comportamentos.

Adaptados, tornamo-nos sobreviventes. Mas sobreviver não é o bastante. Não nascemos para isso, deveríamos viver – em todos os sentidos desta palavra.

A necessidade de adaptação não considerou a indispensabilidade da qualidade de vida.
Alguns de nós migraram rapidamente para o nosso atual estilo de vida; outros já nascemos nele. Ambos sem compreender de imediato suas conseqüências.

Hoje somos seres fragmentados. Realizamos o impossível, fazemo-nos presentes em diversos lugares ao mesmo tempo (a virtualidade é milagrosa), desincumbimo-nos de várias tarefas simultaneamente. Trabalho, MSN, Orkut, e e-mails se fundiram incrivelmente.

Não obstante, os nossos corações se fragmentaram em decorrência das urgências do dia-a-dia e da exigência de dar resultados, de ter uma vida produtiva; e produtivo é quem faz muito em pouco tempo.

Estamos estudando, mas nossa mente está no trabalho; trabalhando, mas desejando o lazer; descansando, só que com preocupações múltiplas dominando nossas mentes e corações num autoritarismo irresistível.

“Onde está o seu tesouro aí estará o seu coração”, foi o que disse Jesus. Mas o que dizer desta geração que possui tantos tesouros? Que classificou quase todos os seus desejos como indispensáveis? Que qualificou todos os prazeres como inadiáveis?

À procura dos nossos tesouros, impusemo-nos a maldição de estar em todos os lugares e não estar em lugar algum (está claro agora que a Onipresença é um atributo exclusivo de Deus).

Nosso alívio talvez seja encontrado em um único objetivo apenas: inteireza de coração. Mas há esperança, ainda há tempo para reverter o processo cancerígeno da fragmentação de nossos corações, nossas almas.

Receio não dar conta de levar a diante este plano. E confesso, na prática é bem doloroso. A experiência pessoal me leva a dizer que não será fácil, e que as derrotas são muitas vezes mais expressivas que as nossas vitórias. O que era de se esperar, já que carregamos em nossos corpos e mentes os vícios e transtornos mentais característicos deste tempo.

No entanto, lutar e viver são quase sinônimos. Não há quem não tenha sua batalha pessoal, e nossas batalhas são resultantes de nossas escolhas. Quais batalhas queremos travar? Quais conquistas almejamos?

Eu fiz minhas escolhas. Vou desfragmentar meu coração, me tornar inteiro, quero viver...

terça-feira, junho 29, 2010

Ao Sr. Kfouri... o filho.

Ao Sr. Kfouri... o filho.

Ariovaldo Ramos

Não é direito do ser humano, ter ou não ter fé?
E não é um direito explicar a vida a partir da fé?
Se perde, não é um direito buscar consolo na fé?
E se ganha, não é um direito atribuir a superação ao deus em que crê?
Se não há deus, por que a ira contra quem não existe?
Logo, é ira contra seres humanos no exercício do direito de explicar a sua vida, e atribuir a sua vitória a quem quer que seja.
E como eu saberia que o articulista não tem fé, se não o tivesse dito no espaço onde deveria falar de futebol?
E se alguém, ao ver a demonstração de fé dos atletas, decidir buscar essa fé, não lhe será um direito?
E se, ao ouvir o articulista, decidir pelo ateísmo, isso não lhe será um direito?
Por que essa celeuma sobre o que é apenas o exercício de direito?
O fato de eu não gostar de ouvir algo, não tira do outro o direito de falar.
O fato de eu não gostar de como alguém comemora os seus feitos, não lhe tira o direito de o fazer.
Direito: faça valer! 

A Vida: entre o q é e o q eu gostaria que fosse!

segunda-feira, junho 28, 2010

Exata Noção

Gostaria de tecer um belo texto sobre o dia 25 de junho, mas palavra alguma seria capaz de traduzir as sensações que o show Feito de Escolhas, título do cd mais recente¹ do caríssimo Mário Cardoso - Maninho, produziu em minha alma.
Posso dizer apenas que essa Maltrapilha ficou encantada com toda a beleza e simplicidade do não mais apenas virtual amigo, Maninho.
Em homenagem à minha filha, deixo a canção Exata Noção para seu deleite.





Exata Noção

Maninho

Composição: Maninho
Se restar só ao mar partir
O mar para o horizonte levar
O peito vazio de razão
A alma completa e querer
De estar e ser
Sim o leme vira seguir
Correntes pra se navegar
Léguas que faltam a chegar
Neste lugar de um só céu e mar
De tanto imaginar a podar
E onde o barco levar
E onde o barco levar
Essa exata noção do saber só navegar (bis)

1 Apenas para esclarecer, não gosto de "último" cd, mas prefiro o mais recente e, assim não ficar a impressão de que o cantor encerrou carreira.

Corridinho

O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Adélia Prado

O MOTORISTA HERóI DA COPA DO MUNDO DE 1994

O MOTORISTA HERóI DA COPA DO MUNDO DE 1994
 de Dennis Downing

Na Copa do Mundo de 1994, o goleiro Taffarel ajudou a levar o time Brasileiro à sua quarta vitória em Copas do Mundo - e por esquecimento quase perdeu a medalha da vitória. Numa curta viagem entre hotéis no dia seguinte ao jogo final, Taffarel deixou uma pochette com os passaportes dele e de sua família, $60,000 dólares e sua medalha da Copa num taxi.

O motorista do taxi, Juan Blanco, da cidade de Santa Ana, louco por futebol, havia torcido pelo Brazil no jogo final. Impedido de assistir ao jogo ao vivo, porque não podia pagar o ingresso de $180-$475, Juan teve que se contentar em ver o jogo pela televisão.
Juan disse depois que, no curto trajeto entre hotéis naquele dia, achou algo familiar no passageiro, mas, só quando chegou ao destino e Taffarel pediu para ir à entrada de trás para evitar os fãs, é que percebeu que se tratava do próprio goleiro do time vitorioso. Não
querendo incomodar o astro, Juan o deixou na entrada, recebeu a modesta quantia da corrida, e voltou para casa para tomar seu café da manhã e descansar. Só depois, quando voltou ao carro é que ele descobriu uma pochette no banco do passageiro. Quando abriu, Juan encontrou os passaportes da família Taffarel, os $60,000 dólares e a medalha da Copa.

Juan confessou que foi tentado a voltar para o México com o dinheiro.
Ele pensou no quanto aquele dinheiro poderia ajudar a sua família.
Mas, ele sabia que a coisa certa era devolver tudo ao verdadeiro dono. Com seu irmão junto, Juan voltou para o hotel. No caminho, ele ouviu no rádio que a polícia estava à procura do motorista que havia levado Taffarel. Quando ele chegou no hotel, no entanto, ele fez questão de entregar os pertences pessoalmente. Taffarel também queria conhecer o motorista honesto. Segundo Juan, Taffarel agradeceu com um forte abraço e disse que não havia muita gente que faria o que ele fez. Em compensação, Juan recebeu um moletom do time do Brazil assinado pelo goleiro e $1,000 dólares.

Nem sempre a coisa certa traz o retorno que a gente queria. Às vezes custa, e caro. Mas, se é a coisa certa para fazer, então temos que fazê-la. Há muita coisa boa em futebol e esportes. Há inúmeras oportunidades para atletas e torcedores servirem a Deus e darem glórias a Ele. Tomara que mais atletas fizessem isso. Não sabemos se, para Deus, a vitória do Brasil na Copa de 1994 valia muita coisa.
Mas, acredito que aquele motorista de táxi voltou para sua casa, um herói para Taffarel, e um vencedor aos olhos do Rei.

RAZÕES TEOLÓGICAS DA ALEGRIA DO POVO DE DEUS SALMO 100----

RAZÕES TEOLÓGICAS DA ALEGRIA DO POVO DE DEUS
SALMO 100

INTRODUÇÃO
Este salmo ensina as ações de graças, o louvor e a alegria nas ocasiões em que o povo de Deus entra na presença de Deus no seu santo templo. Isto significa que é atitude racional, servos de Deus expressarem alegria quando se aproximam de Deus. Esta busca consciente pela presença de Deus deveria ser sempre acompanhada de intensa alegria.
O que torna a presença de Deus motivo de tamanha alegria para o seu povo? Aqui estamos perante uma resposta do crente à vida e ao cosmos. A alegria é a resposta metafísica do homem ao fato Deus. Quais as razões teológicas desta alegria?

1. A ALEGRIA DO CRENTE ESTÁ BASEADA NOS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS.
“Sabei que o Senhor é Deus”. Esta afirmação é central no salmo. Ocupa lugar de proeminência.
Israel sempre foi um povo que dependia de um certo “Javé” para viver. Todas as suas esperanças estavam alicerçadas na figura de Javé.
Javé era quem falara , se revelara e agira redentoramente na história do povo de Israel. Javé era visto como alguém que os amava.
A grande afirmação do verso 3, que se constituía no motivo do louvor alegre, é que Javé é Deus. Javé correspondia ao ideal expresso pela palavra Deus:
-           - Javé é auto-existente.
-           - Javé é imutável.
-           - Javé é infinito.
-           - Javé é único.

2. A ALEGRIA DO CRENTE ESTÁ BASEADA NOS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS.
Javé é visto não apenas como Deus, mas também como um ser possuidor de certos atributos, que o tornam a única resposta racional para todos os temores, dramas e angustias humanos.
Javé é perfeita, soberana e imutavelmente bom. É ser cujas ações são movidas pela perfeição da sua bondade. Tudo que Javé faz é de acordo com sua natureza bondosa.
Por sem bom, Javé é eternamente misericordioso. Ele é movido por misericórdia. Javé socorre aqueles que se encontram em estado de desgraça e que não podem fazer nada por si mesmos para se livrarem do seu sofrimento. Esta condição de vida faz Javé sempre agir.
A bondade de Javé se expressa de igual modo por meio da sua fidelidade. Javé não volta atrás no que promete. Cumpre todos os seus pactos. Honra todas as suas alianças. Em todas as gerações sempre haverá seres humanos pactuados com Javé, e justamente por isso, sempre haverá homens e mulheres que experimentam a fidelidade de Deus em sua vida.

3. A ALEGRIA DO CRENTE ESTÁ BASEADA NO QUE A IGREJA REPRESENTA PARA DEUS.
Javé –Deus Todo-Poderoso- tem um povo que ele próprio criou. Esse povo deve tanto sua existência biológica a Javé quanto sua existência como sociedade composta por homens e mulheres que o servem e amam conscientemente.
Este povo pertence a Deus como propriedade de um ser que zela por bem de valor incalculável. Esse povo pertence a Deus como tesouro e bem precioso. Por esta razão, Javé cuida deste povo como um pastor cuida das suas ovelhas. A igreja é o rebanho de Javé. Ele protege, alimenta e guia seu povo.
Todos estes elementos deveriam, portanto, estar na mente do povo de Israel ao entrar no templo. Ali não era lugar para culto sem a presença de fortes afeições santas. Culto no templo deveria ser considerado serviço alegre. Por que?
Porque há um ser no universo cuja existência é de tirar o fôlego de todo ser humano. Javé é Deus! Javé é único! Javé é perfeito! Javé não está sujeito ao tempo e espaço! Javé é imutável! Javé é santo! Javé é benigno! Javé é misericordioso! Javé é fiel! Há um ser no universo –realidade última de tudo o que existe- que tem um povo pelo qual se afeiçoou. Esse povo é o seu rebanho.

APLICAÇÃO
1. FAÇAMOS DO NOSSO CULTO MOMENTO DE AFIRMAÇÃO DO SENTIDO PARA VIVER BASEADO NA EXISTÊNCIA DE JAVÉ.
2. CULTUEMOS A DEUS COM FORTES AFEIÇÕES SANTAS.
3. MEDITEMOS SOLENEMENTE SOBRE OS MOTIVOS TEOLÓGICOS DA ALEGRIA DO CRENTE.
4. PENSEMOS NO FATO DE QUE APENAS JAVÉ PODE DEMANDAR ESTA RESPOSTA DO HOMEM.
5. CELEBREMOS O FATO DE QUE SENDO JAVÉ QUEM É, REPRESANTANDO O QUE A IGREJA REPRESENTA PARA JAVÉ, A RESPOSTA ÚLTIMA DO CRENTE À VIDA SÓ PODE SER O SERVIÇO EM ADORAÇÃO A DEUS MARCADO PELA MAIS PROFUNDA ALEGRIA.
CONCLUSÃO
Sempre que o ser humano, sob a influência da graça divina, pensa teologicamente, encontra motivos para cantar, celebrar, servir, adorar, render graças e bendizer a Javé: Deus único e santo, amante do seu povo. 
A Ele todo louvor, honra e glória pelos séculos dos séculos.

sábado, junho 26, 2010

ÁGUIA PEQUENA - RAFAEL DIEGO

Rafael, 11 anos é uma criança que sofreu paralisia cecebral durante o nascimento, o que lhe causou lesão no nervo óptico e atraso global no desenvolvimento neuro-psico-motor. O Rafinha enxerga apenas vultos, a uma distância máxima de 5 metros e também não anda. no entanto, é uma criança muito feliz, que adora cantar e tem ouvido musical absoluto, reconhecendo qualquer tom ou acorde musical apenas por ouvir.


Águia Pequena

Composição: Pe. Zezinho, Sjc
Tu me fizeste uma das tuas criaturas
Com ânsia de amar
Águia pequena que nasceu para as alturas
Com ânsia de voar
E eu percebi que as minhas penas já cresceram
E que eu preciso abrir as asas e tentar
Se eu não tentar não saberei como se voa
Não foi a toa que eu nasci para voar.
Pequenas águias correm risco quando voam
Mas devem arriscar
Só que é preciso olhar os pais como eles voam
E aperfeiçoar
Haja mau tempo haja correntes traiçoeiras
Se já tem asas seu destino é voar
Tem que sair e regressar ao mesmo ninho
E outro dia, outra vez recomeçar.
Tu me fizeste amar o risco das alturas
Com ânsia de chegar
E embora eu seja como as outras criaturas
Não sei me rebaixar
Não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho
Sou da montanha e na montanha eu vou ficar
Igual meus pais vou construir também meu ninho
Mas não sou águia se lá em cima eu não morar.
Tenho uma prece que eu repito suplicante
Por mim, por meu irmão
Dá-me esta graça de viver a todo instante
A minha vocação
Eu quero amar um outro alguém do jeito certo
Não vou trair meus ideais pra ser feliz
Não vou descer nem jogar fora o meu projeto
Vou ser quem sou e sendo assim serei feliz.

sexta-feira, junho 25, 2010

Apontar os bons exemplos.

por: Meire

Estou aprendendo. Querendo mudar. Creio que essa fase tem haver com um cansaço, afinal, quem não se cansa ao ouvir tantos discursos cheios de teorias e, teologia , mas vazios de Deus?

Meu desejo de hoje é espalhar que o número de pessoas fazendo o bem, é muito maior do que o número de aproveitadores da fé.

Hoje não quero saber de teologias, quer se apresente como Relacional, Teísmo Aberto ou "Fechado", João Calvino ou Tiago Armínio - não que esses últimos sejam dispensáveis, mas dispensáveis por vezes é a discussão em torno deles - hoje quero ver a simplicidade de Deus no exemplo dessas meninas.

Testemunho VITÓRIA - SC menina que sofre com Dermatite Bolhosa Distrófica, uma doença incurável, mas ela escolheu o trabalho missionário, ao invés da murmuração.


História emocionante de uma líder de pequeno grupo exemplar. Vitória sofre de uma doença incurável. Apesar disto, se dedica ao trabalho missionário.
 

 

TESTEMUNHO DE PEQUENA GRANDE MISSIONARIA - ANDRESSA DE JESUS


quarta-feira, junho 23, 2010

O Cristão como Atalaia

O Cristão como Atalaia


Nas antigas cidades muradas havia o atalaia. Ele surgiu da necessidade de evitar os perigos dos invasores e ladrões. Era uma função obrigatória de defesa social, de abrigo das cidades e das nações.

Esses antigos guardas desempenhavam um papel de grande responsabilidade. Ao seu cuidado previdente e vigilância incansável ficavam entregues o sossego e a vida do povo; dia e noite tinham que vigiar (Is 21.8, 11, 12; 62.6).
A impiedade é o inimigo que anda a rondar o destino das criaturas. Ninguém escapa das suas investidas, por isso as Escrituras comparam os cristãos a atalaias e vigias fiéis.
A obra principal da Igreja é proclamar o evangelho, falar ao mundo da necessidade da salvação de Jesus Cristo e de como ele veio morrer por gente como nós, pecadores.
Assim como as cidades necessitam de guardas, policiais que garantam a ordem e o bem-estar da sociedade, a Igreja também tem a responsabilidade de oferecer proteção espiritual. A negligência da polícia militar ou civil pode trazer graves conseqüências. Imagine a sua cidade sem policiais. Como seria?
Da mesma maneira, se a Igreja esquecer-se de proclamar a mensagem da salvação, terá cometido uma grave falta, o pecado da negligência. Coisas supérfluas podem ser adiadas; as necessárias nunca. Festas, rituais, organizações eclesiásticas., templos cômodos, equipamentos eletrônicos de ponta, tudo isso é bom e útil, mas não salva ninguém. O necessário e intransferível é pregar sempre com absoluta clareza a verdade salvadora, o perigo do pecado, a graça divina e o apelo à conversão.
Antes de você responder à pergunta do título, veja algumas características de um atalaia:

1. Estar sempre vigilante. O menor cochilo era punido com rigor porque trazia conseqüências. Um guarda descuidado é inútil e perigoso como uma Igreja que dorme em vez de vigiar e proclamar a salvação em Cristo. Pregar a verdade é missão constante que deve tomar os cuidados da Igreja. Quando ela deixa para quando puder sua obra missionária, para quando terminar o templo está falhando com sua missão.

2. O guarda nas antigas cidades deveria ocupar os pontos mais estratégicos. Tinha seu posto nas portas das cidades, nos morros, nas torres e lugares altos. Assim, deve a Igreja executar sua obra evangelística. É preciso escolher os campos, os lugares, os meios e métodos de pregar e chamar os pecadores a Cristo. Nos negócios do Reino de Deus é preciso ocupar os pontos estratégicos, aproveitando os melhores meios para transmitir a mensagem. A Igreja fará isso através dos seus membros, que ocuparão os lugares estratégicos e farão os contatos com as pessoas que têm de ser avisadas do perigo. Além disso, a igreja, como instituição, poderá manifestar-se quanto às grandes questões da nossa época, denunciando o pecado onde ele aparecer.

3. O atalaia tinha que tocar a trombeta e avisar a cidade de qualquer perigo possível. Isso era feito ao mesmo tempo. Tocava a trombeta para despertar a atenção. Avisava, dando a notícia necessária no momento certo. A Igreja, portanto, tem que unir sempre em sua obra de apoio e fundamento da verdade, a trombeta e o aviso. Precisamos falar a cada pessoa em particular mas precisamos fazer a mensagem chegar à cidade toda. Precisamos chamar a atenção para o perigo (trombeta), mas também entregar a mensagem que salva (aviso). Esses dois fatores devem andar juntos.

4. O atalaia não podia dar alarme falso. Era punido quando isso acontecia.
Da mesma forma é um grave erro todo alarme falso que uma determinada igreja use na sua obra de pregar o evangelho. A mensagem é uma só. Quaisquer acréscimos ou inovações devem ser imediatamente rejeitados. Só há um aviso certo: A alma que pecar, certamente morrerá. E só há um em quem se possa ter salvação: Jesus (At 4.12).
 

O Cristão e seu papel profético-social


O Cristão e seu papel profético-social


Miquéias 6.1-16


O assunto justiça social é tão atual quanto polêmico.
 
É atual porque parece que a cada dia nosso país se distancia mais e mais de uma política social justa que visa atenuar os problemas dos mais desafortunados.

É polêmico porque muitos insistem em achar que a igreja não deve se preocupar com isso, seu papel é somente adoração. É claro que a função primordial da igreja é cultuar a Deus, mas como veremos, adorar a Deus implica em fazermos o que ele manda. A primeira delas é sermos exemplos de justiça.

Recentemente foi divulgado nos jornais um estudo sobre a distribuição de renda no Brasil. A metade mais pobre da população detém 11,6% dar riquezas enquanto os 20% mais ricos do Brasil, ficam com 63,4%. Não pense que este é o fim do mundo. Os profetas do Antigo Testamento lidavam com situações muito piores do quer esta.

Vejamos como eles tratavam o problema e como isto pode nos servir de lição no nosso contexto, de nosso país.

I. A Voz dos profetas - Denúncias

O período dos profetas no Antigo Testamento pode ilustrar muito bem a indignação de Deus em relação a injustiça social.

Dentro do ideal divino, havia lugar para todos e o respeito a certas regras de organização e conduta, que manteria o povo, de certa forma tranqüilo.

O grande problema é que o profeta começou a perceber uma grande desigualdade. O problema não era a desigualdade em si mesma. O que levou os profetas a tocar na questão foi a imensa diferença de uma classe social e a outra. Se Deus estabeleceu leis aos pobres, viúvas, órfãos, escravos, estrangeiros, é porque Deus já sabia que haveria certas diferenças, mas há diferenças que são toleráveis e suportáveis, há certas diferenças que são naturais e até necessárias, o que não pode haver, e, era exatamente a denúncia profética, é a opressão, o roubo, a indiferença, o desejo de adquirir tirando o que pertence ao outro, subornando juízes, sacerdotes, falsos profetas, etc..

Agora veremos qual foi a palavra que o profeta trouxe da parte de Deus, neste tempo de opressão social:

A. Isaías


Clamou contra a injustiça, o suborno, a maldade e a opressão destruidora, contra o próximo. Ninguém tem direito de oprimir o outro. Isaías dizia que atos como aqueles eram ofensivos a Deus. Quem tinha condições comprava a justiça, portanto, os juízes eram corruptos, o poder legislativo e executivo se deixava vender; como poderia Deus tolerar semelhante coisa? (1:15-17,23; 5:8,23; 58:6,7).

B. Jeremias

Denunciou o enriquecimento ilícito e também a opressão contra: pobres, viúvas, órfãos; também percebeu que a ambição se assenhoreava dos homens, o profeta viu o rico comprando os tribunais, viu o perverso ser justificado e o justo condenado. O profeta clama, denuncia e diz que Deus o justo juiz irá castigar todo tipo de injustiça praticada pelo homem (5:26-29; 9:2-6; 22:13-17).

C. Amós

Não se amedrontou diante das autoridades, acusou-as de conivência com as injustiças, denunciou o pecado de participarem de um sistema de vida que destruía os mais fracos, os humildes e os pobres da terra. Enquanto o império se expandia pelas mãos de Jeroboão II, os camponeses tinham de pagar o exército, o luxo e a suntuosidade da vida palaciana. Uma desigualdade tão grande que causou repugnância aos olhos do profeta. Amós denunciou, trouxe a Palavra do Senhor, não podia calar-se, ao ver tanta riqueza conseguida como fruto da violência e da exploração (3:10). Falou diante das finas damas, não poupou se vocabulário, disse que elas eram “vacas de basã” (4:1). Devido a todos os abusos cometidos contra os mais fracos, Amós se convenceu, Deus irá tomar vingança, Deus não poupará nenhum no dia do juízo (4:2,3; 8:7-10).

D. Miquéias


Se levantou como a voz de Deus e clamou contra todos os abusos cometidos pelos detentores do poder. Ele sabia dos que passavam a noite planejando o mal, para colocar em prática à luz do dia (2:1,2). Ele denunciou aquilo que foi conquistado ilicitamente, às custas da mentira, da balança falsa e da opressão, quem se enche com o sangue dos outros será destruído por Deus (6:10-13). A liderança do país estava corrompida (7:3). Miquéias vê, analisa e revela a voz de Deus. Deus irá exercer vingança contra esta forma de vida corrupta.

Apesar de serem citados apenas quatro profetas nesta sessão, o período de profecia sob a palavra deles é bastante longo. Desde 740 a.C. (Isaías) até 585 A.C. (Jeremias). Ou seja, 125 anos. Durante todo este tempo a mesma mensagem Deus enviava a seu povo por meio de diferentes profetas e o povo não se arrependeu.

II. A Voz do Povo – Reclamações

Parecia injusto aos olhos do povo uma palavra tão dura de Deus justamente em uma época de tanta religiosidade. “Que mais Deus quer de nós? Será que ele quer mais sacrifícios? O que pode saciar um Deus tão grande? Será que ele quer o meu filho mais velho como holocausto?” (Mq 1.6-7)

Puro cinismo. Achavam Deus exigente demais. Criam que sua religiosidade era mais que suficiente para agradar qualquer deus. Que direito tinha ele de querer mais? “O que é que pode saciá-lo?

Isaías foi contemporâneo de Miquéias. A mensagem de seus livros tem muita coisa em comum. Não é de se admirar então, que tenha enfrentado a mesma dificuldade com o povo. Veja Isaías 1.10-17. A coisa ia mal. Sofriam ataques dos inimigos, as colheitas eram sempre saqueadas. A reação do povo foi multiplicar sacrifícios a Deus, perseveram em orações, fazer mais festas religiosas. Faziam isso como se pudessem comprar o favor de Deus. Esforço vão. Para tudo isso Deus disse: “…a minha alma as aborrece, estou cansado de as sofrer.” (Is 1.14)

Dois profetas constataram a mesma tendência do povo de querer barganhar bênçãos com Deus e reclamar “só porque” esse Deus não se deixava comprar.

Uma questão muito importante precisa ser respondida através de nossas vidas: O que é ser crente? Será que freqüentar a igreja 2 ou 3 vezes por semana nos faz um?

Os argumentos do povo podem ser modernizados: “vou a igreja sempre, dou meu dízimo e até ofertas... o que mais Deus quer de mim?” Da mesma forma que Judá e Israel, se usarmos estes tipos de argumentos vamos estar barganhando com Deus

III. A Voz de Deus – Exortação à prática

Eles entenderam tudo errado! Deus não queria mais sacrifícios ou festas. Chega de falsa religiosidade (1 Sm 15.22; Sl 51.16-17; Ec 5.1; Os 6.6; Rm 14.17). Não adianta nada fazerem sacrifícios sem fim e ao mesmo tempo praticarem o suborno; festas junto com opressão ao pobres.

A essência do recado de Deus foi que o problema social era a prova da falsa religiosidade deles. Ou em outras palavras, melhor que tudo aquilo era ser honesto e justo, saber amar e perdoar, e ser humilde diante de Deus. (Mq 6.8) “Aprendam a fazer o bem, a ser honestos e a ajudar os pobres, os órfãos e as viúvas” (Is 1.17)

O crente quando comete injustiças sociais vai contra tudo aquilo que crê. Por vezes é difícil resistir à tentação. Afinal, muitas pessoas inescrupulosas, enriquecem rapidamente, enquanto outros que temem a Deus ,vivem somente com o necessário. Será que vale a pena ser justo? Leia Malaquias 3.13-18 e responda você mesmo a esta pergunta.


Conclusão

Como a igreja pode lidar com a injustiça social?

Em primeiro lugar, não a praticando. Como vimos, se alguém diz adorar a Deus e mesmo assim comete um monte de injustiça, essa pessoa é hipócrita, diz uma coisa e faz outra. Se quisermos mudar o padrão do mundo, temos que apresentar um padrão diferente. Nada pode ser mais eficaz e causar tanto impacto quanto um exemplo diferente!

Em segundo lugar, a igreja e os crentes podem e deve tentar amenizar o problema que no Brasil é quase generalizado. Como isso pode ser feito?

Veja alguns exemplos de atuação da igreja na área de justiça social:

a. pressão política – cobrar do governo atitudes

b. desenvolver projetos de auxílio a comunidade local mais carente. (sopão, distribuição de roupas, cestas básicas...)

Nossa igreja tem várias frentes de trabalho visando o bem social. Seja através da Junta Diaconal, departamentos internos ou de projetos especiais, você pode se engajar nessa lida também.

Torne seu evangelho prático! 

terça-feira, junho 22, 2010

Paganismo versus Cristianismo - ou, Acaso versus Planejado.

Paganismo versus Cristianismo - ou, Acaso versus Planejado.

Será que tudo que nos acontece é por acaso? Os acontecimentos, quer sejam bons ou maus, ocorrem acidentalmente, de maneira aleatória, sem que haja uma finalidade neles? Os que pensam assim, acham que Deus não determinou, decretou, ou planejou absolutamente nada com relação aos seres humanos, seu futuro histórico ou eterno, e muito menos os acontecimentos diários. Nada foi previsto ou determinado por Deus, inclusive os eventos naturais como terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, acidentes, quedas de aviões, enfim – nada foi previsto ou determinado por ele. Portanto, tudo é imprevisível como num jogo de futebol. Não se sabe o futuro, não se pode prever absolutamente nada quanto ao fim da história. Junto com seus seres morais, Deus constrói em parceria o futuro, que neste acaso é aberto, indeterminado e incognoscível. Inclusive para ele mesmo.

Ou, será que as coisas que nos acontecem, mesmo as menores e piores, têm um propósito, ainda que na maior parte das vezes desconhecido para nós? Os que pensam assim entendem que Deus criou o mundo conforme um plano, um propósito, um projeto, elaborado em conformidade com sua sabedoria, justiça, santidade, misericórdia e poder. Nada que acontece, mesmo as mínimas coisas, o fazem ao acaso e de forma aleatória, contingencial e casual, mas segundo este plano sábio. As decisões dos seres humanos são tomadas livremente por eles mesmos, mas, de uma forma que não compreendemos, elas acabam contribuindo para a concretização do propósito divino sem que Deus seja o autor do pecado. Tudo que ocorre, coisas boas ou ruins, estão dentro deste propósito concebido antes da fundação do mundo.

A melhor maneira de avaliarmos qual das duas é a visão correta é perguntarmos qual delas se aproxima mais da visão de Deus, do mundo e do homem que a Bíblia apresenta. Como os autores bíblicos concebiam o mundo, a história e os acontecimentos?

Ninguém que conheça a Bíblia poderá ter dúvidas quanto à resposta. Os judeus, ao contrário dos povos pagãos ao seu redor, não acreditavam em sorte, azar, acaso, acidente ou contingências. Eram os filisteus e não os israelitas que acreditavam que as coisas podiam acontecer ao acaso (veja 1Sm 6.9). Os israelitas, ao contrário dos pagãos, não acreditavam no acaso.

Para eles, Deus tinha traçado planos para os homens e as nações, e os mesmos iriam se cumprir inevitavelmente. Estes planos não poderiam ser frustrados por homem algum (Jó 42.2; Pv 19.21; Is 14.27; Is 43.13; Is 46.10b-11). Tais acontecimentos estavam tão inexoravelmente determinados que Deus dava conhecimento deles de antemão, através dos profetas. O fato de que os profetas de Israel eram capazes de predizer o futuro com exatidão era a prova de que o Deus de Israel era superior aos deuses pagãos (Is 46.9-10).

Os autores do Antigo Testamento sempre descrevem eventos que aconteceram aparentemente ao acaso como sendo o meio pelo qual Deus realizava seu propósito final. Assim, o arqueiro que atirou sua flecha “ao acaso” durante uma batalha acabou atingindo o rei de Israel e dessa forma cumpriu a profecia sobre sua morte (2Cr 18.33). A tempestade que atingiu o navio em que Jonas fugia para Társis não foi mera contingência, mas resultado da ação de Deus em levar o profeta a Nínive (Jn 1.4). O amalequita que vagueava “por acaso” nos montes de Gilboa foi o que encontrou Saul agonizante e o matou, cumprindo assim a determinação do Senhor de castigá-lo por ter consultado a pitonisa (2Sm 1.6-10; 1Cr 10.13). O encontro “casual” do profeta com um leão causou-lhe a morte e assim cumpriu a profecia contra ele (1Re 13.21-24). A visita casual que Acazias foi fazer a Jorão e o encontro fortuito com Jeú era tudo “a vontade de Deus” conforme o autor do livro das Crônicas, para que Acazias fosse morto (2Cr 22.7-9). Dezenas de outras passagens poderiam ser citadas para mostrar que na cosmovisão dos autores do Antigo Testamento nada acontecia por acaso, nem mesmo as pequenas coisas.

Até mesmo ações pecaminosas dos homens são atribuídas a Deus pelos autores do Antigo Testamento. O endurecimento do coração de Faraó para não deixar o povo de Israel sair é atribuído à Deus, que queria mostrar sua glória e seu poder sobre os deuses do Egito (Ex 7.3; 9.12). O endurecimento dos filhos de Eli para não se arrependerem do mal praticado é atribuído à Deus que os queria matar (1Sm 2.25). O endurecimento do rei Seom para não deixar Israel passar por sua terra é atribuído a Deus, que queria entregá-lo nas mãos de Israel (Dt 2.30), bem como o endurecimento de todas as nações cananitas (Js 11.20). Ao mesmo tempo, é preciso acrescentar, os israelitas não consideravam Deus como culpado do pecado humano. Ele era santo, justo, verdadeiro e não podia contemplar o mal (Hab 1.13). Todos estes mencionados acima foram responsabilizados por seus próprios pecados.

A visão de um mundo onde as coisas acontecem ao acaso, acidentalmente, sem propósito, é completamente estranha ao mundo dos israelitas conforme temos registrado na Bíblia.

Quando chegamos na pessoa de Jesus, encontramos exatamente a mesma visão de mundo, de Deus e da história, que é refletida no Antigo Testamento. Para Jesus, até mesmo coisas tão insignificantes como o número de cabelos da nossa cabeça (Mt 10.30) e a morte de pardais (Mt 10.29) estavam sob o controle da vontade de Deus. Ele era capaz de profetizar acontecimentos futuros tão triviais quanto o local onde se encontrava uma jumenta e seu jumentinho (Mt 21.2), que Pedro iria achar moedas na boca de um peixe (Mt 17.27) e que um homem estaria em determinado momento entrando na cidade com um cântaro na cabeça (Lc 22.10-12). Obviamente estas coisas não aconteceram por acaso.

Jesus se referiu à vontade de Deus e ao plano dele inúmeras vezes, como por exemplo, ao ensinar aos seus discípulos que tinha vindo ao mundo para morrer na cruz para salvar pecadores (Mt 17.22-23). As parábolas que Jesus contou sobre o futuro de Israel e sobre o dia do juízo deixavam pouca dúvida de que, para Ele, a história caminhava para um fim já traçado e determinado por Deus. No sermão escatológico Jesus predisse com exatidão a queda de Jerusalém, a fuga dos discípulos, o surgimento dos falsos profetas, as catástrofes, terremotos, secas, pestes e guerras que haveriam de suceder à raça humana e as perseguições que sobreviriam a seus discípulos antes de sua vinda (Mt 24).

Os discípulos de Jesus, os autores do Novo Testamento, tinham exatamente a mesma visão de um mundo onde nada ocorre por acaso. Tudo o que havia acontecido com Jesus, como o local do seu nascimento (Mt 2.5-6), sua ida ao Egito (Mt 2.15), sua vinda a Nazaré (Mt 2.23), seus milagres (Mt 8.16-17), sua traição (Jo 17.12), seu sofrimento e sua morte na cruz (At 3.18) – inclusive detalhes como beber vinagre (Jo 19.28-29), ter sua túnica rasgada (Jo 19.24) e seu corpo furado por uma lança (Jo 19.34-36) – tudo isto havia sido determinado por Deus em detalhes, a ponto de Deus ter revelado estes fatos cerca de seiscentos anos antes dos mesmos terem acontecido por meio dos profetas de Israel. Pensemos na probabilidade de atos, decisões e eventos acidentais, aleatórios, ao acaso, contingenciais, acontecerem de tal forma que estas coisas aconteceram exatamente como os profetas tinham dito!

Não só os fatos ocorridos com Jesus haviam sido planejados, inclusive aqueles que cercaram o nascimento da igreja cristã. A substituição de Judas (At 1.16-26), o dia de Pentecoste (At 2.14-17), a rejeição de Israel (At 13.40), a inclusão dos gentios na Igreja (At 15.15-20) – tudo aquilo havia sido determinado por Deus e previsto nas Escrituras pelos profetas. Veja a quantidade de vezes que no livro de Atos se menciona que a história de Cristo e da igreja haviam sido determinadas por Deus e anunciada pelos profetas: Atos 3.18,21-25; 10.43; 13.27,40; 18.28; 26.22.

Nas cartas que escreveram às igrejas, os autores do Novo Testamento jamais, em qualquer lugar, ensinaram os crentes que as coisas acontecem por acaso. Ao contrário, eles ensinaram os crentes que a conversão deles era resultado da vontade de Deus. Eles foram predestinados (Rm 8.29-30; Ef 1.5,11), escolhidos antes da fundação do mundo (Ef 1.4). Os crentes são ensinados a buscar a vontade de Deus, a se submeter a ela e a entender que a vontade de Deus controla a história (Rm 8.27; 12.2; Ef 6.6; Cl 4.12; 1Ts 4.3; 5.18; Hb 10.36; 1Pd 2.15). Até o sofrimento por causa do Evangelho era visto como sendo pela vontade de Deus (1Pd 3.17; 4.19). Eles foram ensinados a ver uma santa conspiração divina em tudo que acontece em favor do bem deles (Rm 8.28), a ponto de serem exortados a dar graças em tudo (1Ts 5.18). Eles são exortados a dizer sempre “se Deus quiser” farei isto ou aquilo (Tg 4.15). Paulo sempre dizia que “se for a vontade de Deus” ele iria a este ou aquele local (Rm 1.10; 15.32). Ele sempre começa suas cartas dizendo que foi chamado “pela vontade de Deus” para ser apóstolo (1Co 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1; 2Tm 1.1).

Os cristãos são encorajados a enfrentar firmes as provações e tentações, pois Deus não permitirá que eles sejam provados além de suas forças (1Co 10.31). Eles devem sofrer com paciência em plena confiança que o Deus que está no controle de todas as coisas lhes dá a vida eterna e que ninguém poderá arrancar seus filhos de suas mãos. Eles são consolados com a certeza de que Deus haverá de cumprir todas as suas promessas, e que há um final feliz para todos os que confiam nele e crêem em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Eles são exortados a permanecer firmes pois o bem haverá de triunfar sobre o mal, a justiça prevalecerá e a verdade haverá de vencer. E isto só é possível porque Deus está no controle, porque Ele conduz a história para o fim que Ele mesmo determinou, de uma maneira sábia e misteriosa, na qual os seres humanos e os anjos são responsáveis por seus atos, decidem fazer o que querem e tomam as escolhas que desejam.

À semelhança dos autores do Antigo Testamento, os escritores do Novo também atribuem a Deus o fato de que os ímpios e pecadores impenitentes se afundam cada vez mais no pecado. Paulo por três vezes em Romanos 1 declara que Deus entregou os incrédulos de sua geração à corrupção de seus próprios corações, para que eles se afundassem ainda mais no pecado e na iniqüidade (Rm 1.24,26,28). Aos tessalonicenses, ele declara que Deus manda a operação do erro para que os que rejeitam a verdade e creiam na mentira (2Ts 2.11). Igualmente, à semelhança do Antigo Testamento. O Novo responsabiliza os seres humanos por seus próprios pecados e condenação.

É evidente que não será na Bíblia que encontraremos esta visão de um mundo onde as coisas acontecem por mero acaso, onde tudo é casual e contingencial. Mas, vamos encontrá-la na mentalidade pagã, nas religiões idólatras, de deuses pequenos, impotentes, egoístas. Vamos encontrar esta visão de um mundo onde as coisas ocorrem de maneira aleatória nas idéias dos maniqueístas e gnósticos, ateus e agnósticos, especialmente os evolucionistas, que defendem que tudo surgiu e acontece como resultado de uma combinação fortuita de tempo e de acaso.

Os verdadeiros cristãos, todavia, cantam “acasos para mim não haverá”.

Se tudo acontece por acaso, que combinação inimaginável de ações livres, aleatórias e catástrofes naturais fortuitas poderão unir-se numa conspiração impessoal e totalmente ao acaso para produzir o final que Deus prometeu na Bíblia? Se Deus não é Deus, então o acaso se torna Deus e não temos qualquer garantia de que o final feliz prometido na Bíblia haverá de acontecer.

Não nos enganemos. A discussão entre acaso versus planejamento não é uma disputa teológica entre cristãos arminianos e calvinistas, pois os arminianos e os calvinistas concordam que Deus tem um plano, que ele controla a história, que não existe acaso e que Ele conhece o futuro. Ambos aceitam a Bíblia como Palavra de Deus e querem se guiar por ela. O confronto, na verdade, é entre duas visões de mundo completamente antagônicas, a visão pagã e a visão bíblica, entre as religiões pagãs e a religião bíblica. Posso não entender tudo sobre este assunto, mas prefiro mil vezes ficar ao lado dos autores da Bíblia do que ao lado de filósofos, teólogos e poetas ateus, agnósticos e racionalistas. 
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O legado de Pedro Yamaguchi

Porque não deixemos de lado um pouco nosso conforto para pensarmos e agirmos por uma sociedade melhor?

O legado de Pedro Yamaguchi

O corpo de Pedro Yamaguchi Ferreira, de 27 anos, filho do deputado federal Paulo Teixeira (PT/SP), foi encontrado na tarde do dia 03 de junho, no Rio Negro, a 40 quilômetros do município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Pedro trabalhava na Pastoral Indígena.
Abaixo reproduzo discurso feito por Pedro durante missa antes de sua despedida de São Paulo antes de embarcar para o Amazonas. O texto está publicado no blog de seu pai.

 Penso que, diante de toda a realidade miserável que pude ver, não posso ficar inerte, tocando minha vida como se a vida do outro nada tivesse a ver com a minha. Me sinto na obrigação de colaborar com nosso povo.


Queridos familiares. amigos e amigas. Em primeiro lugar, quero dedicar essa missa a minha madrinha Glaucia, que nos deixou há uma semana. Tenho um sentimento de que ela vai olhar por nós e alegrar um pouco mais o céu. As maiores lembranças que tenho dela são o seu sorriso e sua luta pela causa ambiental. De alguma forma, sinto que posso dar seguimento ao que ela tanto ensinava como geografa e professora. Essa missa é em memoria dela.

Quero agradecer a cada um de vocês pela presença nesta noite, isso representa muito pra mim e me dá muita força para seguir a caminhada. Celebramos hoje, na Igreja da Boa Morte, a vida, a esperança de dias melhores.
Sei que não estamos reunidos esta noite por mim apenas: todos os que estão aqui querem um mundo melhor para si; para seus filhos. Todos queremos paz, alegrias, amizade, justiça. Este encontro serve para renovarmos nossos sonhos.
Agradeço de forma especial as pessoas que prepararam com tanto carinho essa missa: a Marcelo da Pastoral da Juventude, a Pe Valdir e dona Vera, a toda a comunidade alianca da Misericordia, nas pessoas de Pe Enrico e Antonelo, ao pessoal da banda e a todos e todas que permitiram que esta noite acontecesse. Pe Valdir, aliás, que foi o pai desta minha ideia de ir pra Amazônia. Desde fazer contato com o bispo de São Gabriel da Cachoeira, até falar com todos os padres e irmãs para que autorizassem meu envio. Muito obrigado por toda a ajuda, Pe Valdir.

Quero saudar meus amigos da alianca da misericórdia. Por ceder essa igreja, que é vossa casa.
Saibam que vocês têm enorme influência na minha vida e nessa minha decisão: desde o primeiro momento, quando conheci um montão de jovens que moravam na favela do moinho e faziam pastoral carcerária, logo fiquei encantado com o que vi.
Eram jovens dedicando suas vidas a melhorar a realidade dos mais marginalizados: os moradores de favelas e os encarcerados.
Nas muitas vezes que estive com eles, sempre me identifiquei com aquela vocação e sentia alguma coisa arder mais forte no meu peito. Sabia que faria algo parecido.

Vocês vivem a solidariedade na essência na palavra, vivem pela causa social com compromisso e verdade.
Parabéns e muito obrigado pelo exemplo.
Quero abraçar todos meus familiares. Meus tios e tias, pais e mães pra mim, e meus irmãos. Meus primos e primas, que são meus outros irmãos e irmãs. Carrego voces no coração, assim como carrego a lembrança de meus quatro avós, os quais tive a enorme felicidade de conhecer e conviver. Sinto que eles estão comigo. Sempre os senti por perto e sei que eles nos protegem. Dedico também a eles minhas alegrias.
Brindo com todos meus amigos e amigas, da rua, de colégio, de faculdade, das lutas, da vida. Pela amizade e companheirismo. Obrigado por me ensinar. Espero que nossa amizade possa ser preservada e se fortalecer ainda mais, nos sentimentos de solidariedade com os outros, no amor pelo país, na luta por mais igualdade social, autonomia e liberdade das pessoas e tolerência com as diferenças. Tamo junto!

Aos amigos dos meus pais, que se tornaram meus amigos. Obrigado por todo exemplo de luta e dedicação a uma militância que exigiu muito tempo do lazer e conforto de vocês e de suas famílias. Carrego vocês comigo também! Muito obrigado pela presença.
Agradeço o carinho dos amigos de Carlos de Foucalt. Obrigado pela amizade e acolhida. Terei mais oportunidade de conhecer os ensinamentos de Foucalt. De alguma forma, já me sinto muito influenciado por essa espiritualidade, desde minha infância, através de meus pais, e agora, por todo esse processo da minha decisão, quando estive rodeado por vocês. Muito obrigado.
Quero agradecer, de forma muito especial aos meus queridos amigos e amigas companheiros de Pastoral Carcerária. Obrigado pela oportunidade que me deram, por confiarem e apostarem em mim. Pela amizade e paciência que tiveram comigo. E, sobretudo, pelo exemplo de fé e compromisso com a causa carcerária e humana. Vocês são verdadeiros guerreiros, pessoas iluminadas. Faltam palavras pra descrever tudo o que vivi nestes 3 anos de Pastoral. Quero, do fundo do coração, agradecer a oportunidade de ter compartilhado com vocês momentos dos quais nunca esquecerei. A presença missionária dentro da Pastoral influenciou a minha escolha. Carrego vocês, os presos e as presas, comigo. Que tenhamos dias melhores, em que nossa sociedade respeite os direitos dos cidadãos presos. Muito obrigado!

Aos meus queridos pais, também faltam palavras. Obrigado pelo exemplo, por nos ensinar a olhar pelo outro, a ter consciência do mundo em que vivemos, a lutar por nossos sonhos. Muito obrigado por serem parceiros comigo e com meus irmãos em nossas investidas, em nossos projetos.
Amo muito você, pai e você, mãe.
Aos meus queridos irmãos, todo meu amor e amizade. Vocês são pessoas especiais pra mim, trazem mais energia pra minha vida, são minha sustentação.
Espero estar tão perto de todos vocês mesmo estando longe. Carrego vocês nesta luta. Desde já peço perdão pelas vezes que precisarem de mim e que estarei ausente. Obrigado pelo apoio.

Essa minha decisão de viver essa experiência na Amazônia é fruto do convívio com a realidade dos cárceres e a realidade social em sua forma mais cruel, o lado B de nosso País: o País dos esquecidos, dos humilhados. Pude estar em contato com a miséria da miséria, a injustiça, a segregação social e racial, a dor, o esquecimento. Ter visto de perto situações desconhecidas pela maioria das pessoas, ter conhecido um País que ainda maltrata seus cidadãos, tudo isso me despertou pra necessidade de luta, de trabalho para a profunda transformação dessa realidade.

De forma geral, vejo os poderes de Estado ainda muito elististas. Não conhecem de verdade a realidade de seu povo, a pobreza, a falta de dignidade e cidadania que sofrem milhões de cidadãos, não conhecem os cárceres. Mantêm-se distantes daquilo que deveria ser a essência de seu trabalho: o bem comum do povo, sobretudo daquele que mais necessita das instituições para a garantia de seus direitos. Privilegiam o status, o poder, as facilidades materiais em detrimento dos direitos fundamentais das pessoas.

As leis, a Constituição Federal infelizmente não são as mesmas para todos. A justiça é justa para poucos. Os direitos de alguns são mais importantes que de outros. Lutar pela terra é crime. Mas não é crime a situação daquela pessoa que vive em condicoes sub-humanas nas favelas, sem dignidade nenhuma, sem comida. Furtar é crime. Mas não é crime quando o Estado amontoa milhares de presos e presas numa lata, os tortura impunemente, e viola todos seus direitos previstos nas leis. Temos dois Países: o País dos privilegiados, dos que têm acesso à riqueza, à cultura, ao lazer, aos bens materiais, às melhores oportunidades e o País dos esquecidos, que não têm direitos, não têm oportunidades, e ainda são criminalizados.

Devemos mudar, acredito que estamos avançando, mas é preciso muito mais, não podemos permitir retrocessos nas conquistas dos direitos.
Precisamos acabar com a segregação racial. Vejamos os direitos dos índios, como têm dificuldade para ser implementados. Vejamos a diferença entre os salários de negros e brancos. Vejamos os preconceitos que os nordestinos ainda sofrem no sul. A discriminação que sofrem as mulheres. Isso tudo ainda existe, é verdade, tristemente sentido no cotidiano.

Somos um País extremamente desigual na distribuição de renda. Somos top 10 no ranking de desigualdade. Num país com 200 milhões de habitantes, os 10% mais ricos detêm 50% da riqueza. Os 10% mais pobres, apenas 1% dessa riqueza. Os moradores de favelas pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos.
4 milhões de famílias no Brasil precisam bos benefícios de uma reforma agrária. Sem contar outros milhões que vivem em condicoes sub-humanas e que precisam de mudanças.

Nosso mundo tem 1 bilhão de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, com menos de 2 dólares por dia. No Brasil, são 7,5 milhões de pessoas que vivem na linha da pobreza.
Para mudar essa realidade, precisamos democratizar cada dia mais o poder econômico e o poder político. Não permitir que o capital econômico mande nas políticas dos países, em detrimento das conquistas e avanços sociais.
Não dá para ficarmos tranquilos diante de tanta injustiça. Porque preferimos a anestesia à luta? Porque não deixemos de lado um pouco nosso conforto para pensarmos e agirmos por uma sociedade melhor?

Viajo para a Amazônia para colaborar, como cidadão e advogado, com as comunidades ribeirinhas, os índios, a questão ambiental. A discussão que está em voga hoje é a ambiental e, realmente, ela se faz necessária e urgente.
A natureza cada vez mostra com mais forças seu poder e sua revolta contra o que fazemos com ela. Utilizamo-la com interesse econômico e sem preocupação com os demais seres que nela vivem. Não nos preocupamos com o amanhã. E ela não está feliz com isso. Lembremos dos tsunamis, dos furacões, dos terremotos, dos deslizamentos.
Olhemos para nossa cidade de São Paulo, nesse mês de janeiro, o tanto que choveu. Os estragos das chuvas nos lugares mais precários. Infelizmente os efeitos climáticos atingem de forma pior os mais pobres, os que moram em áreas de risco, nas beiras dos rios.
Insistimos em desmatar nossas florestas. Somos o 5º pais no mundo que emite mais gases poluentes e 75% desses gases vêm do desmatamento. Matamos nossa floresta para alimentar o mercado externo, americano e europeu. Faz sentido isso?

Do que adianta exercitarmos uma consciência ecológica se não questionamos nosso próprio anseio consumista que desgasta a capacidade da natureza e acelera a degradação do meio ambiente? Devemos exigir de nos sacrifícios pelo bem da sobrevivência da natureza e nossa também.
Apenas para exemplificar, com situações cotidianas: será que precisamos ter 50 pares de sapatos em nossos armários? Dezenas de peças de roupas que depois ficam armazenadas? Será que todos precisamos de carro em detrimento do transporte público? Precisamos tomar duas vezes ao dia banhos de 30 minutos? Devemos pensar que nosso padrão de consumo gera desigualdades e agride a natureza, e é preciso abdicar desse modelo.

Sinto nessa minha escolha um pouco de negação, ainda que temporária, do modelo civilizatório ocidental consumista e destrutivo em que vivemos – e, pior, que achamos bom. Desejo buscar na natureza, com os índios, valores humanos que se sobreponham às ilusões da civilização.
Penso que, diante de toda a realidade miserável que pude ver, não posso ficar inerte, tocando minha vida como se a vida do outro nada tivesse a ver com a minha. Me sinto na obrigação de colaborar com nosso povo.

Não é preciso ir até a Amazônia para mudar essa realidade social brasileira. A cidade de SP está cheia de problemas a serem resolvidos, e todos vocês podem colaborar para mudar essa situação. Visitem a favela do moinho, o jardim pantanal, uma unidade prisional. Certamente lá existem muitos problemas e as pessoas precisam de ajuda!

Mas, nem só de lutas vive o homem. Quero viver, escrever uma gostosa poesia de minha vida. Poder respirar um ar puro, contemplar a mata e os animais, estar em contato com culturas diferentes, jogar mais futebol, estar no paraíso natural. Como diz a poesia do sambista Candeia, cantada na voz de Cartola: “deixe-me ir, preciso andar, vou por ai a procurar, sorrir pra nao chorar. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas do rio correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver”.
Para terminar, dois lindos poemas do nosso querido dom Pedro Casaldaliga, grande figura que me inspirou profundamente e a quem tive a enorme felicidade e privilégio de conhecer em São Felix do Araguaia:
Deixo aqui um convite para que todos venham visitar a Amazônia. Para quem quiser conhecer o paraíso. Não se arrependerão. As portas lá sempre estarão abertas a vocês. Espero vocês numa visita.
Muito obrigado por virem, quero dar um abraço em cada um de vocês!

Fonte: Blog do Eduardo Reina

segunda-feira, junho 21, 2010

GRANDE É ESTE MISTÉRIO

GRANDE É ESTE MISTÉRIO


Deus escolheu o tabernáculo, no antigo testamento, para ali habitar. Tal presença – no santo dos santos – tornava-se evidente pela glória. Mas a glória de Deus, isto é, o brilho de sua presença, limitava-se ao interior do tabernáculo. Não transcendia por entre as paredes de madeira cobertas de ouro.
 
No novo testamento, Deus se “tabernaculou” em Jesus – na humanidade. Jesus, enquanto homem, foi o tabernáculo da glória de Deus. Nele estava a glória, escondida, e poucas vezes manifestada publicamente. Sem dúvida, o momento mais glorioso desta manifestação foi a transfiguração, quando Jesus permitiu a João, Tiago e Pedro  contemplarem o Deus que estava no homem.

Na cruz, Jesus rasgou o véu da separação, e o tabernáculo se desfez. A glória de Deus foi plenamente manifestada. Após a ressurreição, Jesus passou 40 dias com os discípulos e soprou sobre eles o Espírito (trazendo para dentro dos discípulos a mesma glória).
Coletivamente, somos o tabernáculo onde esta glória deve se manifestar. Mas as imperfeições do tabernáculo humano (nossa própria natureza) representa um risco para a manifestação da santa glória. Por isso o tabernáculo deste corpo terrestre há de se desfazer, para recebermos um novo tabernáculo incorruptível, não feita por mãos, no céu.

O processo por que devemos passar é o da cruz: cada vez que somos anulados na nossa natureza adâmica, mais a glória de Deus transparece. “Levando sempre o morrer de Jesus no corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também no nosso corpo”, sugeriu o Apóstolo.

A glória é um tesouro. Um tesouro em vaso de barro. A excelência do poder é do Deus-tesouro que está em nós, não do vaso. Precisamos a cada dia ir à cruz para que a glória se manifeste em nós.
Grande é este mistério!