por Jorge Camargo
Alguns se acham donos do Nome. Outros se tornaram representantes do Nome, especialistas em interpretá-lo, explorá-lo e vendê-lo.Outros falam no Nome o tempo inteiro, a ponto de fazer com que corra o risco de tornar-se apenas um nome como outro qualquer.Enquanto isso, o Nome se manifesta no silêncio e nos ruídos da natureza, nas palavras de quem não tem voz nem vez.Há também os que odeiam o Nome, na maioria das vezes por conta daquilo que os que ostentam o Nome fazem (ou deixam de fazer) em nome Dele.Ultimamente tenho evitado proferir o Nome.Mais do que depressa alguns que adulam o Nome me acusam de tê-lo renegado.Não me importo.O Nome e eu sabemos que isto não é verdade.E aquilo que o Nome sabe é o bastante, mesmo quando nada sei.Eu tenho evitado pronunciá-lo, mas não porque o despreze. Pelo contrário.Ele tem se tornado ao longo da vida tão grande pra mim que as formas de proferi-lo são incapazes de abarcá-lo.E é bom que seja sim.O Nome - quando explicado, destrinchado, estudado e analisado - corre o risco de ser apenas um mero nome.E penso que o Nome gosta mesmo é de não ter nome, uma vez que se identifica radicalmente com os anônimos do mundo, com os que não são, que não têm nome.É muito bom ter reverência pelo Nome.Ele fica bem longe.E aí está o paradoxo: quando longe, o Nome se faz mais perto que nunca.E deixa de ser apenas um Nome, pra ser gente.Jorge Camargo é músico, poeta e compositor.
copiado e colado do Cristianismo Criativo
Nenhum comentário:
Postar um comentário