Os filhos do trovão
E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia. Marcos 9.52-56
Jesus e seus  discípulos se dirigiam para Jerusalém e passaram por Samaria. A intriga  entre judeus e samaritanos era coisa antiga e por isso os samaritanos  não quiseram recebê-los na cidade. Sim, eles foram expulsos de lá! Os  discípulos ficaram indignados. João, juntamente com seu irmão Tiago  sugeriu a Jesus que pedissem fogo dos céus para consumir com aqueles  samaritanos. Acredito que o apelido “filhos do trovão”, que Tiago e João  receberam (Mc 3.17), tem a ver com este episódio. Movidos pela  indignação, os filhos do trovão queriam ver aqueles samaritanos  queimarem. Jesus os repreendeu e lhes disse que não sabiam qual era  aquele espírito que os estava impulsionando. Quem os estava  impulsionando não era o Espírito de Cristo, que veio para salvar os  homens, e sim, um espírito xiita de religião. Este espírito de  religião é quem levanta os muros da humanidade e faz com que os homens  briguem acreditando que estão lutando por Deus. Este espírito faz com  que os homens enxerguem em cada pessoa que pensa diferente, um candidato  ao fogo. Este espírito faz com que os homens se matem por um zelo que  eles acreditam ser santo. Os discípulos tinham muito que aprender! E  quem não tem?
Gosto de ver o progresso dos  filhos do trovão, principalmente de João. Quando lemos suas epístolas,  vemo-lo liberto daquele espírito de intolerância:
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. (1 João 2.1,2)
Devem ter dito a João que alguém  havia “pecado” e perguntado o que fazer. Fosse em outras épocas, João  teria dito que o fogo o esperava. Mas, o filho do trovão havia aprendido  e evoluído. Ele, primeiramente, mostra o desejo de Deus, que não  pequemos. Deus quer sim que andemos em santidade. Mas, enquanto formos  de carne e osso, volta e meia estaremos sujeitos a ter problemas com o  pecado. Perfeito, só Deus. Nós estamos sendo aperfeiçoados. Nestes  casos, nos casos de queda, João disse que temos junto ao Pai um Advogado  para nos defender. Ele é a nossa propiciação, Ele é aquele que apazigua  a ira. Ele é a propiciação pelos nossos pecados e do mundo inteiro.
Liberto do espírito de furor religioso, o filho do  trovão descobriu o que é amor, graça e misericórdia. Foi ele quem disse:  “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”(1 João  4.8). Que Deus nos ajude a evoluirmos e nos libertarmos dos espíritos  estranhos que nos movem e prosseguirmos em conhecê-Lo. Quanto mais O  conhecermos, mais parecidos com Ele ficaremos.
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