Educando sobre a areia ou  sobre a rocha?
Na parábola que o texto de  Mateus 7.21-27 registra, Jesus fala de dois tipos de construção: sobre a  areia e sobre a rocha.
Aborda sobre os que  constroem sobre a areia quando declara no v. 21: “Nem todo que diz  Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus”. Jesus deixa claro aos  discípulos que ouvir e não compreender, ou compreender e não fazer é o  mesmo que construir a vida sobre a areia.
Refere-se  aos que constroem sobre a rocha quando declara no v. 21: “aquele  que faz a vontade de meu Pai”. Jesus fala dos discípulos que ouvem,  compreendem e fazem a vontade de Deus e compara-os ao homem que  constrói sobre a rocha. Fazer a vontade de Deus, segundo o que registra o  Sermão da Montanha (Mt 5-7) é ter o Reino de Deus como eixo de vida e a  justiça como primeira prática.
Podemos ler esta parábola,  na perspectiva da educação e perguntar: estamos educando sobre a areia  ou sobre a rocha?
I - Quando saber se estamos  educando sobre a rocha?
1. Quando na transmissão do conhecimento temos o  alunado como sujeito e participante ativo na construção do saber.
2. Quando no ato de educar  exercemos a caridade, a benevolência, a bondade, a compaixão e a  solidariedade, sem perder o sentido do compromisso e da disciplina ética  responsável. Neste sentido, o Reino de Deus é o eixo que estimula a  educação nesta instituição que é confessional.
3. Quando educamos através do  diálogo e da convivência e percebemos que o alunado é composto por  alunos e alunas, que têm identidade, sonhos, ideais, história de vida e  saberes.
4. Quando nossa educação é  relevante e transformadora a ponto dos alunos e alunas se transformarem  em agentes de transformação da sociedade. 
5. Quando educamos com valores e respeito à vida e à  sociedade.
II - Quando saber se  estamos educando sobre a areia?
1. Quando transmitimos conhecimentos considerando o  alunado meramente como objeto e receptor deste conhecimento;
2. Quando achamos que nosso  conhecimento é o mais importante no processo de ensino-aprendizagem e  não levamos em conta as outras áreas do saber;
3. Quando avaliamos o alunado  pela capacidade de memorizar e devolver o que foi transmitido em forma  de uma prova ou de um trabalho e não verificamos o desenvolvimento da  aprendizagem e a participação do aluno no processo de construção do  saber.
4. Quando evidenciamos uma  espiritualidade estática, intimista e individualizada, sem considerar  aspectos como tolerância, solidariedade, justiça e paz, ou mesmo  minimizamos a religiosidade na vivência humana.
5. Quando o foco da educação é  o mercado, o consumo, a disputa sem ética e sem respeito à dignidade  humana.
Com esta parábola Jesus  encerra seu sermão intitulado de Sermão do Monte. Havia uma clara  distinção entre ouvir, ouvir e fazer, fazer. Jesus quer que seus  discípulos sejam movidos pelo amor a Deus e às pessoas, e não pelo amor à  lei, como fariseus e escribas. Para estes a lei vinha antes das  pessoas, para os discípulos as pessoas antes da lei.
No caso da educação, construir sobre a areia é construir para o mercado e construir sobre a rocha é construir para a vida a partir da vida.
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