Pastor das Neves e os Sete Anões
Certamente, você já deve ter ouvido falar  sobre a história infantil da Branca  de Neve e os Sete Anões. Porém,  eu gostaria de falar sobre outra história, a do Pastor das Neves e os Sete Anões.
Era uma vez, um querido pastor chamado Astrogildo  das Neves, o qual era mais conhecido pelo seu sobrenome: "das  Neves". Esse pastor presidia uma pequena igreja localizada no bairro de Vila  Encantada, na terra de Nanicolândia, onde,  alegremente, servia ao Senhor juntamente com os sete membros de sua  "igrejinha".  Acontece que, além da igreja ser pequena, os seus sete  membros também eram. Na verdade, assim como naquele famoso desenho, os  membros dessa "igrejinha" eram sete anões. Seus nomes eram: Atchim,  Dengoso, Dunga, Feliz, Mestre, Soneca e Zangado. Por incrível que  pareça, semelhantemente aos seus homônimos do desenho animado, esses  crentes anões davam muito trabalho para o pastor das Neves, tirando-o,  inclusive, muitas vezes do sério.
        Bem, como esses sete anões são "interdenominacionais",  isto significa que, a qualquer hora dessas, eles podem começar a  freqüentar a sua igreja também. Aliás, segue um "retrato falado" desses  sete anões para que você possa detectá-los mais facilmente e, assim,  tomar as devidas precauções contra eles:
ATCHIM - Esse crente anão vive  dando desculpas para não comparecer aos cultos e aos eventos programados  pela igreja. Via de regra, suas desculpas prediletas, para fazer jus ao  seu nome, são: resfriado e gripe. Ele costuma dizer: "pastô, me  desculpe por não ter ido ao culto do domingo passado porque eu peguei  uma gripe daquelas!". O crente Atchim sempre arruma algum tipo de  desculpa, por mais absurda que seja, a fim de justificar a sua ausência  nos cultos. Esse tipo de crente me faz pensar nos convidados da chamada  “Parábola da Grande Ceia” (Lc 14.16-20), os quais, ao serem convidados  para a festa, deram as desculpas mais imaginativas com o intuito de  justificarem o seu não-comparecimento. Um dos convidados alegou o  seguinte para não ir à festa: “comprei um campo, e preciso ir vê-lo”  (v.18). Pergunto: Quem, em sã consciência, compraria um “terreno” sem  vê-lo antes? O outro convidado saiu-se com esta desculpa: “Comprei cinco  juntas de bois, e tenho que experimentá-los” (v.19). Novamente, faço a  seguinte pergunta: quem, em seu estado psíquico normal, compraria bois  sem antes tê-los visto e analisado? Para finalizar, o terceiro convidado  deu a seguinte desculpa: “casei e, portanto, não posso ir” (v.20). Ora,  mas por que ele não leva a esposa junto para a festa? Para ser franco, o  fato é que quando não queremos participar de algum evento, nós sempre  arranjamos algum tipo de desculpa. E o crente Atchim, particularmente, é  perito nisso!
DENGOSO  - Esse crente anão, como já sugere o seu nome, é cheio de  "não-me-toques". Quando nasceu, ele deveria ter vindo ao mundo  embrulhado numa caixa de papelão com a seguinte inscrição de  advertência: "Cuidado, Frágil!". O crente Dengoso é cheio de dengos e  frescuras. Seu "temperamento frágil" e a sua baixa auto-estima fazem com  que ele se sinta ressentido e magoado por qualquer motivo. Por exemplo,  se alguém não lhe cumprimentar com a “paz do Senhor”, ele sai da  igreja; se alguém corrigi-lo, ele sai da igreja; se ele receber alguma  palavra “mais dura” do pastor, ele acha que é uma “indireta” para ele e,  portanto, sai da igreja; se o nome dele não for lembrado nas atividades  eclesiásticas, ele também sai da igreja. Enfim, tudo serve de pretexto  para ele querer abandonar a igreja. Uma de suas frases preferidas é:  “ninguém gosta de mim!”.
DUNGA – Não o confunda com o atual técnico da  seleção brasileira de futebol! Esse anão é conhecido no desenho animado  principalmente pelas suas avantajadas orelhas. Já na igreja, as suas  “duas antenas parabólicas” de alta potência, conseguem captar todo o  tipo de informação. O crente Dunga, tal como um repórter, ama estar  informado sobre todas as “novidades” que acontecem na vida dos irmãos e  na comunidade em geral. Sob o pretexto de que irá “orar pelo problema do  irmão”, esse crente anão gosta de ficar inteirado sobre tudo,  principalmente se houver pecado no meio da congregação. Sua frase  principal é: “Por favor, conte-me tudo. Não me esconda nada! Pois eu  tenho que saber de tudo para poder orar por você!”. Porém, assim que a  sua “conversa sigilosa” com a pessoa termina, ele trata de espalhar  rapidamente a “notícia”, para que a igreja toda também possa “orar sobre  o assunto”. Na verdade, o crente Dunga se preocupa mais com a vida  alheia do que com a sua própria vida.
FELIZ – No desenho, esse anão está  sempre de bom humor. Na igreja, o crente anão Feliz é muito bajulador  (para não usar aqui outro tipo de expressão). Ele, na verdade, gosta  mesmo é de “rasgar seda” e de “jogar confetes” sobre a liderança. Tanto é  que ele parece a “sombra” do pastor. Onde o pastor estiver, ali ele  também está presente. O crente anão Feliz vive elogiando a liderança,  pois, como é interesseiro, espera sempre poder receber alguma coisa em  troca (por exemplo, uma oportunidade para pregar, para cantar, para ser  líder de algum departamento etc). 
MESTRE  – Esse anão, no desenho, exerce uma espécie de liderança entre os  demais anões. Já na igreja, esse tipo de crente anão gosta de estar em  evidência em tudo quanto faz. Se o nome dele aparece em destaque, por  exemplo, no “quadro de avisos”, ele fica todo “prosa”. Como ele possui  um dom de liderança nato, acaba, muitas vezes, se achando a “última  bolachinha do pacote”. O importante para o crente Mestre é liderar,  ainda que ele seja o “chefe dos guardadores de carro” da igreja.
SONECA – Esse crente anão, tal como no desenho, é  muito fácil de ser identificado. De três em três minutos ele vive  abrindo a boca durante o culto, e não é para glorificar a Deus, não, mas  para bocejar! Esse tipo de crente anão costuma dormir geralmente  durante o momento da mensagem (quer ela esteja boa, quer esteja chata).  Aliás, o “dom” preferido do crente Soneca é o “dom de línguas”. Ele abre  a boca durante o culto e começa a “orar” (roncar): Rrrrronnn!  Rrrrronnn! Não é à toa que alguns destes crentes chegam até a dizer  depois que viram anjos no culto. O sujeito dormiu tanto que até sonhou, e  depois ainda diz que teve uma “visão” com anjos!
ZANGADO – Finalmente, o último dos anões do Pastor  das Neves é o crente anão Zangado. Para esse anão, tudo no culto o  irrita. Se o culto começar 1 minuto atrasado, isso o irrita. Se a letra  do hino projetada no telão estiver com algum erro de português, isso o  deixa nervoso. Se o pastor se estender um pouco mais no sermão, isso o  tira do sério (porque ele não consegue chegar em casa a tempo de poder  assistir ao programa do “Fantástico”). E se o pregador disser durante o  culto: “sorria para o irmão que está ao seu lado”, isso para ele é a  “morte”! Aliás, quando você o cumprimenta, dizendo: “bom dia, irmão!”,  ele faz aquela cara de “poucos amigos” e ainda responde: “só se for ‘bom  dia’ pra você, porque o meu dia hoje está péssimo!”.
           Bem, eu não sei se alguns desses anões também podem ser  encontrados na sua igreja, mas de uma coisa eu estou bem certo: Deus  pode transformar toda essa gente de Nanicolândia em verdadeiros gigantes  espirituais, proporcionando, assim, um verdadeiro final feliz à sua  história denominacional! Basta orar e acreditar nisso!
Em  Cristo,
Autor: Carlos  Augusto Vailatti
Pitaco da Meire:

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