Conversões imaginárias
por C. S. Lewis:
Se o cristianismo é verdadeiro, então por que nem todos os cristãos são necessariamente mais agradáveis do que os não-cristãos? O que está por trás dessa questão é em parte razoável e em parte inadmissível. A parte razoável é esta: se a conversão ao cristianismo não representa nenhum aperfeiçoamento nas ações do ser humano – se ele continuar sendo tão metido, rancoroso e vingativo; tão corroído pela inveja ou ambicioso como antes – então teremos fortes motivos para suspeitar que sua “conversão” foi totalmente imaginária. Depois da nossa conversão inicial, toda vez que achamos que fizemos algum avanço, esse é o teste que devemos aplicar. Sentimentos delicados, novos insights, um interesse maior pela “religião” podem não significar nada, se o termômetro indicar que a nossa temperatura continua subindo. Nesse sentido, o mundo secular está totalmente certo em julgar o cristianismo por seus resultados. Uma árvore é conhecida pelos seus frutos; ou, como diz o dito popular, a prova do pudim está em comê-lo. Quando nós, cristãos, nos comportamos mal, ou deixamos de nos comportar como deveríamos, tornamos o cristianismo desacreditado para o mundo lá fora. Os cartazes e panfletos dos tempos de guerra diziam que conversa fiada pode custar vidas. A recíproca é verdadeira: “vidas fiadas” dão o que falar. Se levarmos nossas vidas sem responsabilidade, as pessoas de fora começarão a falar; e nós teremos lhes dado bons motivos para duvidar do próprio cristianismo.
(C. S. Lewis em “Mero Cristianismo”, transcrito em “Um Ano com C. S. Lewis”, Ed. Ultimato, 2005, p. 230)
Se o cristianismo é verdadeiro, então por que nem todos os cristãos são necessariamente mais agradáveis do que os não-cristãos? O que está por trás dessa questão é em parte razoável e em parte inadmissível. A parte razoável é esta: se a conversão ao cristianismo não representa nenhum aperfeiçoamento nas ações do ser humano – se ele continuar sendo tão metido, rancoroso e vingativo; tão corroído pela inveja ou ambicioso como antes – então teremos fortes motivos para suspeitar que sua “conversão” foi totalmente imaginária. Depois da nossa conversão inicial, toda vez que achamos que fizemos algum avanço, esse é o teste que devemos aplicar. Sentimentos delicados, novos insights, um interesse maior pela “religião” podem não significar nada, se o termômetro indicar que a nossa temperatura continua subindo. Nesse sentido, o mundo secular está totalmente certo em julgar o cristianismo por seus resultados. Uma árvore é conhecida pelos seus frutos; ou, como diz o dito popular, a prova do pudim está em comê-lo. Quando nós, cristãos, nos comportamos mal, ou deixamos de nos comportar como deveríamos, tornamos o cristianismo desacreditado para o mundo lá fora. Os cartazes e panfletos dos tempos de guerra diziam que conversa fiada pode custar vidas. A recíproca é verdadeira: “vidas fiadas” dão o que falar. Se levarmos nossas vidas sem responsabilidade, as pessoas de fora começarão a falar; e nós teremos lhes dado bons motivos para duvidar do próprio cristianismo.
(C. S. Lewis em “Mero Cristianismo”, transcrito em “Um Ano com C. S. Lewis”, Ed. Ultimato, 2005, p. 230)
Via: O Cotorno da Sombra
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