Porque Eu Amo a Igreja
Eu amo a Igreja.
Ela é a Noiva de Cristo e seria um descaramento enorme de minha parte amar Jesus e não amar sua noiva.
Eu amo a Igreja porque Jesus a amou e deu Sua vida por Ela.
Eu amo a Igreja porque ela é constituída de gente como eu, pecadores salvos pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo.
Eu amo a Igreja porque ela é portadora da Grande Comissão que leva esperança a todos os povos.
Eu amo a Igreja porque sou parte dela e não curto muito a ideia de masoquismo disfarçado de espiritualidade.
Eu simplesmente amo a Igreja.
Numa época em que virou moda falar mal da igreja e incentivar pessoas a abandonarem suas igrejas, num êxodo espiritual que Deus sabe lá para onde levará os que o seguirem, eu continuo afirmando meu amor por Cristo e Sua Igreja.
Foi por isso que comprei o livro recente de Kevin DeYoung e Ted Kluck. Aliás, este livro merece ser publicado em português e lido em conjunto com toda a literatura promovendo a nova instituição do cristianismo sem igreja. O título já é provacativo: Why We Love the Church: In Praise of Institutions and Organized Religion (Porque Nós Amamos a Igreja: Em Louvor de Instituições e Religião Organizada). DeYoung e Kluck, que já tinham sinalizado desvios no movimento de igreja emergente em seu livro anterior (Porque Não Somos Emergentes: Por dois caras que deveriam ser), apontam agora as distorções do cristianismo sem igreja. Segundo eles, seu livro poderia ter sido chamado de “tendências recentes em desmembramento”.
É preciso conhecer bem pouco da Bíblia e da História da Igreja para cair nessa crença de que tanto uma quanto a outra ensinam uma vida de cristianismo sem igreja. Por mais que os “advogados” do cristianismo sem igreja possam falar, não há nem nos ensinos de Jesus, nem no restante do NT, nem na história da Igreja, nenhuma ênfase a seguir Jesus sem participar da comunhão dos santos.
É evidente que no curso da história, pessoas quiseram influenciar o pensamento cristão com suas idéias e contestações. Muitas destas foram consideradas heresias e não prevaleceram. Albert Camus disse: “Todo revolucionário termina se tornando ou um opressor ou um herege.” A “Revolução” sem igreja tem mais chances de se tornar no último. Assim também a fuga do “Cristianismo Pagão” pode gerar mais pagãos no longo prazo, do que verdadeiros discípulos de Jesus, como pretendem seus autores.
A razão simples para isso é que as idéias propagadas por esses livros (e outros semelhantes a eles) poderiam até ser de alguma utilidade, não fosse a tremenda cara-de-pau expressa no messianismo disfarçado de seus autores, ao se colocarem como os “salvadores” da Igreja das garras malígnas da Instituição. Durante dois mil anos todo mundo esteve errado. Agora, graças a eles, finalmente poderemos enxergar a verdade sobre o Cristianismo. E a verdade que eles anunciam é essa: “Saia de sua igreja! Ela é a raiz de todos os seus problemas espirituais. Vá jogar golfe aos domingos, pois a verdadeira espiritualidade se encontra no campo de golfe… Vá tomar uma cervejinha no barzinho com amigos e filosofar sobre assuntos espirituais porque é aí que está a igreja verdadeira…” Corta essa meu!
Adiante o filme da história em 50 anos e veja se você consegue enxergar os efeitos dessa onda do cristianismo sem igreja:
1) Na pior das hipóteses, seu resultado será uma vitalidade espiritual semelhante a presente hoje no continente europeu. Não creio que nenhuma pessoa que ame Jesus de fato, deseje isso.
2) Ou então terá desaparecido, assim como outras ondas e modas surgidas no passado que, por não estarem em sintonia com o Espírito de Deus, não prevaleceram contra a Sua Igreja.
Se eu estiver errado em minha atitude para com a Igreja, não terei perdido nada com isso. Como já disse, eu amo a Igreja. Amo estar com meus irmãos para celebrar junto com eles a vida (ainda que, em certas estações da vida, esse encontro aconteça apenas uma ou duas vezes por semana), aprender o significado do amor, perdão, comunhão e incentivar uns aos outros na prática das boas obras e na proclamação da esperança do Evangelho.
De um modo pragmatico, vejo muito mais possibilidades de servir a Deus em conjunto com outros, do que isolado em meu canto, blogando de pijama (como diria Mark Driscoll) sobre os males da instituição, como se “a instituição” fosse um mal em si mesma.
John Michael Talbot diz o seguinte sobre Igreja e instituições: “Ainda que algumas instituições religiosas possam com freqüencia assemelhar-se mais a corporações seculares do que a comunidades voltadas para Deus (…) sempre há lugar nas igrejas para aquelas pessoas guiadas por um completo comprometimento espiritual.”
A Igreja prevalecerá contra todos os ventos de doutrina, não há dúvidas quanto a isso. A questão (e o que me preocupa) é quantos daqueles que estão trocando suas congregações por essa onda atrativa do cristianismo sem igreja estarão firmes na fé em Cristo daqui 5-10 anos…
Fonte: Blog do Rev. Baggio
Via: Penso, Logo Creio
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