"NISTO CONHECERÃO TODOS QUE SOIS OS MEUS DISCÍPULOS: SE VOS AMARDES UNS AOS OUTROS." (Jo 13,35)
Jesus está sentado à mesa com seus amigos. É a última ceia antes de partir deste mundo, o momento mais solene para transmitir sua última vontade, um verdadeiro testamento: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. Pelos séculos afora, será esta a característica que permitirá identificar os discípulos de Jesus, é nisto que todos os reconhecerão.
Foi assim desde o início. A primeira comunidade dos fiéis, em Jerusalém, gozava da estima e da simpatia de todo o povo justamente pela sua unidade, a ponto de atrair, cada dia, novas pessoas que a ela se uniam.
Também anos mais tarde Tertuliano, um dos primeiros escritores cristãos, referia o que se dizia a respeito dos cristãos: “Vede como se amam entre si e como estão prontos a dar a vida uns pelos outros”. Era a realização das palavras de Jesus:
Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros
O amor recíproco é, portanto, “o hábito dos cristãos comuns, que, velhos e jovens, homens ou mulheres, casados ou não, adultos e crianças, doentes ou sadios, podem vestir para gritar, em toda parte e sempre, com a própria vida, Aquele em quem crêem, Aquele a quem querem amar”.
Na unidade que nasce do amor mútuo entre os discípulos de Jesus de certo modo reflete-se e torna-se visível aquele Deus que Ele revelou como Amor: a Igreja é ícone da Trindade.
Hoje, mais do que nunca, é esse o caminho para anunciar o Evangelho. Uma sociedade freqüentemente atordoada por um excesso de palavras, mais do que mestres, procura testemunhas, mais do que palavras, quer modelos. Ela tende mais facilmente a participar quando encontra um Evangelho feito vida, capaz de criar relacionamentos novos, marcados pela fraternidade e pelo amor.
Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros
Como podemos viver essa Palavra de Vida? Mantendo vivo entre nós o amor mútuo e formando em toda parte “células vivas”.
“Se numa cidade” – escreveu Chiara Lubich –, “nos mais diferentes pontos, se acendesse o fogo que Jesus trouxe à terra, e esse fogo, graças à boa vontade dos habitantes, resistisse ao gelo do mundo, teríamos em breve a cidade acesa de amor de Deus.
O fogo que Jesus trouxe à terra é Ele mesmo, é caridade, aquele amor que não só une a alma a Deus, mas as pessoas entre si. (…)
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