segunda-feira, janeiro 04, 2010

Eleição da primeira bispa lésbica assumida divide ainda mais a Comunhão Anglicana

Peter J. Smith

LOS ANGELES, EUA, 7 de dezembro de 2009 (Notícias Pró-Família) — A ruptura da Comunhão Anglicana mundial continua a se alargar depois da decisão da Igreja Episcopal dos EUA de ordenar uma lésbica assumida como bispa da Arquidiocese de Los Angeles.

A Rev. Mary D. Glasspool de Baltimore, que vive com sua parceira lésbica, foi eleita por votação apertada para trabalhar como bispa auxiliar da Arquidiocese de Los Angeles. Ela se tornará a primeira bispa lésbica na Comunhão Anglicana mundial, logo que for empossada, o que está agendado para maio.

A decisão vem como um golpe pesado para o Arcebispo Williams, líder da Comunhão Anglicana, de 77 milhões de membros, que exortou a Igreja Episcopal a reentrar "num período de restrição graciosa" na ordenação de homossexuais ativos, advertindo que tal restrição é "necessária se tivermos de preservar nossos laços de afeição mútua".

Williams está ainda apegando-se à esperança de que Glasspool não será empossada, indicando que sua eleição tem ainda de ser confirmada ou rejeitada pelos "bispos diocesanos e pelos comitês diocesanos permanentes" nos Estados Unidos.

A Comunhão Anglicana havia exortado a Igreja Episcopal a aceitar uma moratória na eleição de bispos homossexuais depois da consagração do bispo Gene Robinson, de New Hampshire, em 2003, como parte de um acordo formulado para impedir a igreja de se fraturar numa divisão irrevogável.

Mas a Igreja Episcopal rapidamente foi em frente, rejeitando aqueles pedidos. Eles foram em frente apesar de avisos fortes dos bispos da África, cujo continente domina demograficamente a Comunhão. Os bispos africanos ameaçaram que votariam pela expulsão da Igreja Episcopal por violar a moratória.

Embora afirme ter só 2.3 milhões de membros, a Igreja Episcopal financia aproximadamente um terço do orçamento internacional total da Comunhão Anglicana, e sua saída teria sérias repercussões financeiras.

Se a nomeação polêmica for aceita pelos bispos americanos, a líder da Igreja Episcopal, Katharine Jefferts-Schiori, consagrará Glasspool como bispa em 15 de maio.

"A eleição de Glasspool é infeliz porque ela tem, sem nenhum constrangimento, tirado para fora do limite ordenado por Deus a expressão sexual do Sagrado Matrimônio", disse Jeff Walton, diretor do Programa de Ação Anglicana do Instituto de Religião e Democracia.

"O efeito imediato da eleição de Glasspool servirá, ironicamente, para beneficiar a rival Igreja Anglicana da América do Norte (IA-AN) mais do que qualquer outra coisa", continuou Walton, apontando para o fato de que os anglicanos conservadores estão cada vez mais exigindo jurisdições alternativas na Comunhão Anglicana, em vez de permanecerem sob a jurisdição da Igreja Episcopal.

Alguns anglicanos conservadores, tais como a Comunhão Anglicana Tradicional, adotaram passos ainda mais radicais, requerendo com êxito uma reunificação com a Igreja Católica, contanto que possam preservar suas tradições litúrgicas anglicanas.

Outros anglicanos, sob a liderança do primaz nigeriano Peter Akinola e os bispos do Sul Global (que representa mais de 30 milhões de anglicanos da Comunhão), escolheram se incorporar dentro da Comunhão dos Anglicanos Confessionais (CAC). A CAC busca unir anglicanos ortodoxos sob uma bandeira comum e levar a Comunhão Anglicana de volta aos ensinos, fundamentados nas Escrituras, sobre moralidade e assuntos de fé.

A consagração de Glasspool colocará pressão pesada no Arcebispo Williams para que finalmente expulse a Igreja Episcopal dos EUA da Comunhão Anglicana e reconheça a rival IA-NA, que fez uma petição para que o Palácio de Lambeth reconheça oficialmente a jurisdição concorrente da IA à medida que mais e mais episcopais conservadores e suas paróquias aumentam seu número de membros.

"Infelizmente, essa eleição fornece maior claridade para o resto da Comunhão Anglicana", o Bispo David Anderson, presidente e diretor-executivo do Conselho Anglicano Americano, filiado à IA-NA, disse para o comentarista anglicano David Virtue. "Caso o resto da Igreja Episcopal consinta com essa eleição, não dará mais para se fingir que a Igreja Episcopal está se mantendo fiel à doutrina da Comunhão Anglicana e 2.000 anos de ensinos cristãos fundamentados na Bíblia".

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Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

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