segunda-feira, janeiro 18, 2010

Pós-Evangélico, Neocalvinista, Anglicano Emergente...


Não basta seguir Cristo, tem que "nomenclaturar".

5 comentários:

@igorpensar disse...

Tenho que nomeclaturar? Sim! Pós não sou pós-moderno. Não concordo com a abordagem positivista de uma espiritualidade neutra. Vemos Cristo, a partir de percepções, de tradições, do que foi dito. Não há revelação sem uma tradição. Qualquer pretensão de compreender Cristo fora de uma tradição já é nomeclaturado: Emergente.

Anderson Paz disse...

Essa é uma triste realidade. Somos especialistas em criar nomenclatura, mas tão inexperientes quanto se trata de unidade da Igreja e simplicidade.

Gostei da imagem, e pretendo postar em meu blog, com os devidos créditos.

Um abraço.

@igorpensar disse...

Anderson,

Discordo de você. Com respeito. Mas, discordo. Não existe simplicidade no evangelho. Não existe isto escrito em lugar nenhum das Escrituras. O Evangelho é sofisticado e tão sofisticado, que foram necessários mais de 3000 anos de produção profética para Jesus subir ao madeiro. É tão sofisticado que os sábios deste século não dão conta de compreendê-lo, pois opera-se em outra linguagem, em outra racionalidade. Outro elemento importante, tudo que fazemos, fazemos amparados em uma tradição, sua leitura da Bíblia é sobre ombros de outros intérpretes. Até seu argumento de "simplificação" do evangelho, não é de sua autoria, é do recente neo-pentecostalismo que priva os cristãos de qualquer "pensamento", de qualquer criatividade. O evangelho não é simples, ele é estruturado em uma complexa malha de revelações e teologia.

Anônimo disse...

Caro Igor,

Concordo com vc na afirmação de que minha leitura da Bíblia é sobre ombros de outros intérpretes. Qualquer pessoa que afirme ter algo completamente novo pode ser, no mínimo prsunçoso.

Contudo, minha afirmação acerca da simplicidade do Evangelho inspira-se na declarações de Paulo em II Co. 11:3 e 1:12

"Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo".

"Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo e mais especialmente para convosco"

Um abraço.

@igorpensar disse...

Anderson,

Obrigado por sua sinceridade. Vamos lá. O primeiro texto citado com você, o termo "simplicidade" e "pureza" se referem à pureza e simplicidade "devidas" a Cristo e não ao evangelho. Jesus era puro e simples, e os santos também devem ser. O problema é que usamos o termo "simplicidade" no sentido de que o evangelho é algo "sem sofisticação", "sem profundidade", e não é bem assim. O evangelho dá trabalho para ser compreendido. A graça é de graça para nós, mas não foi de graça para Cristo. Há uma complexidade! Jesus mesmo disse que nem todos compreendem, alguns consideram loucura. Por isso, é importante nos conectarmos com uma tradição coerente, para não reinventarmos a roda. Você, como eu, deve crer que o Espírito Santo opera na Igreja durante a história. E opera por meio de homens. Sempre houveram bons homens que disseram coisas pelo Espírito Santo e outros por suas próprias pretensões. Nossa missão, é à luz das Escrituras, dialogar tradição com revelação, e extrair do que já foi produzido o verdadeiro sentido do evangelho. Que não é fácil! Mas, caminhamos até a unidade da fé. Dar nome à fonte de tradição que nos "localiza" teologicamente, é uma questão de honestidade. De dar honra a quem tem honra. Você não acha? O que me preocupa é que a justificativa de um "evangelho simples" tem produzido crentes superficiais e fracos na espiritualidade. E que não sabem dar a "razão" de sua fé. Você concorda?

Vamos pensando...