sexta-feira, julho 23, 2010

Antagonistas ou protagonistas

por: Humberto Ramos
Antagonismo é definido pelo dicionário Aurélio como “oposição de ideias, princípios e sistemas, etc.” No cotidiano, podemos caracterizá-lo pela sua existência condicionada (porque motivada) à existência de outra coisa, algo ou alguém. 

O antagonista é aquele que só se faz necessário enquanto atua o objeto ao qual ele deverá se contrapor. Secundário, quadjuvante, quem vive de antagozinar vive do outro; alimentando-se da necessidade da contraproposta, esquece-se que as propostas atraem bem mais seguidores do que as contestações.

O autor C.S. Lewis foi considerado um dos mais influentes cristão do século passado, assim como um dos maiores apologistas da fé. Eu concordo com as duas afirmativas. No entanto, pelo que pude perceber ao ter contato com as obras deste fantástico escritor, conquanto ele se dedicasse a expor as razões de sua fé, ele não o fazia com a compulsão doentia daqueles que se veem numa posição privilegiada pela qual enxergam tudo, e de forma mais clara e acertada; o que gera nos outros a ideia de que “com esse não dá para dialogar”. 

Lewis nunca foi antagonista, muito pelo contrário. Foi sempre um protagonista. Em seu papel de mocinho, pode conduzir, através de suas obras, muitos opositores da fé, decepcionados com Deus e homens questionadores a um contato mais próximo com os escritos do Evangelho.

Dessa maneira tornou-se um dos mais ferrenhos defensores da fé evangélica (leia-se fé firmada no Evangelho de Jesus), não porque ela precisasse de defesa, de um advogado que a amparasse. Não mesmo! Deus nunca delegou a ninguém poderes a fim de que fosse defendido em qualquer juízo. Assim, Ele mesmo tem sido levado ao banco dos réus por diversos homens, sem contudo nunca recuar ou se mostrar amedrontado.

Lewis marcou a história como defensor porque nunca ficou na defensa. Afinal, a melhor defesa é o ataque. Não o ataque ao outro. Nunca optou pela agressão pessoal. Seguiu a instrução de Paulo, que nos advertiu acerca de quem na verdade nos opõem  - não é carne ou sangue, mas seres espirituais.

Acho que Lewis captou bem o exemplo de Jesus. O Mestre nunca, jamais, fora notado por ser um opositor da religião, do sistema político vigente ou de qualquer que fosse o mal existente à época de sua estadia terrena (via encarnação humana e pessoal).  Jesus se opôs, contrapôs, contestou, protestou, porém nunca fez disso alvo de seu ministério. Ele foi-nos claro, veio para anunciar o Reino, as Boas Novas, a Salvação, a Redenção.

Todos temos nossos dias no papel de antagonistas, nossos momentos protestantes. Mas viver disso pode ser sinal de compulsão doentia, fixação maligna, caso para terapia!

É muito importante pensar nisso, afinal um dia não haverá ao que nos opor. A maldade estará extirpada, a mentira, a falsidade, e tudo o que dela deriva será aniquilado... Daí nossa única opção será a aceitação grata das maravilhas eternas preparadas desde antes para nós! 
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com o escritor do texto.
Melhor é ser protagonista....
Rose.