Pai
Porque queres partir?
Sair assim e fugir de mim?
Queres tua parte?
Nem sei calcular
O meu amor que te cabe
Mas deixarei que vá.
Filho
Quero sair e conhecer a vida
Não se preocupe pai
O dinheiro é para me dar guarida
Minha mochila está à mão
Com tudo, não deixo nada
A não ser a recordação
De meu quarto e minha casa
Viro as costas
Não olho pra trás
Só vejo a sombra
De alguém que me espera
É meu pai.
Pai
Nem sei quantas horas passei
Sentado a beira desse portão
De coração partido
A espera de um filho
Que partiu
Levando meu amor
E minha compaixão.
Ainda o aguardo
Mesmo que tudo acabe
Creio que ele ainda volte
Quem sabe.
Filho
Sinto-me livre
Longe de tudo
Principalmente de casa
Posso agora desfrutar da vida
Antes que o mundo acabe
Sem mais me preocupar
Tenho minha herança
O que é meu pai?
Só uma lembrança.
Pai
Que brisa gostosa
Lembra meu filho
Quando passeávamos essa hora
Sinto uma dolorida saudade
O que estará fazendo agora?
Continuarei aqui sentado
À frente deste portão
Esperando sua sombra
Espero que não lhe falte nada
Principalmente o pão.
Filho
Como assim tudo acabou?
Não tenho mais dinheiro
Nem abrigo me restou
O que farei agora
Não posso voltar pra casa
Meu pai não me aceitará
Vou ficar por aqui
Talvez mendigar
Por um pouco de misericórdia
Poderei me alimentar.
Pai
Que sensação estranha
Sinto algo de ruim
A alguém muito querido
Precioso demais pra mim
Meu Deus meu filho
O que terá acontecido?
Pai do céu cuida dele
Não sei o que será de mim
Se meu filho não voltar
Mas ainda hei de esperar.
Filho
O que foi que fiz?
Deixei o amor grandioso de meu pai
Para conhecer o mundo lá fora
No fim perdi tudo
Até minha dignidade agora
Estou comendo comida de porcos
Tenho que voltar
Mesmo que isso me custe à vida
Preciso tentar
Vou pelo mais difícil caminho
Mesmo que venha tropeçar
E me ferir na estrada
Meu pai vai me esperar
Mesmo como um empregado
Vou retornar.
Pai
Minhas lágrimas de saudades são muitas
Nem sei se posso parar
Sinto falta de meu filho
Não sei se voltará
Ainda o espero
Mesmo que seja para lhe enterrar.
Pai, vim lhe pedir um lar
Filho deixe-me lhe beijar
Quero ser apenas um empregado
Não continue, deixa pra lá
Mas errei contra ti
O importante é que não morreu
Deixe-me ficar num canto
Tome, use esta capa e aliança
Não sei se mereço
Não é por merecimento que te dou
É minha prova de amor
Estou muito arrependido
Venha filho, caminhe novamente comigo
Quero contar-lhe o que passei
Vamos aproveitar uma nova brisa da tarde
Não me lembrava de mais nada
A única coisa importante pra mim
Eu sei, é que eu voltei.
Por: Thiago Azevedo
Porque queres partir?
Sair assim e fugir de mim?
Queres tua parte?
Nem sei calcular
O meu amor que te cabe
Mas deixarei que vá.
Filho
Quero sair e conhecer a vida
Não se preocupe pai
O dinheiro é para me dar guarida
Minha mochila está à mão
Com tudo, não deixo nada
A não ser a recordação
De meu quarto e minha casa
Viro as costas
Não olho pra trás
Só vejo a sombra
De alguém que me espera
É meu pai.
Pai
Nem sei quantas horas passei
Sentado a beira desse portão
De coração partido
A espera de um filho
Que partiu
Levando meu amor
E minha compaixão.
Ainda o aguardo
Mesmo que tudo acabe
Creio que ele ainda volte
Quem sabe.
Filho
Sinto-me livre
Longe de tudo
Principalmente de casa
Posso agora desfrutar da vida
Antes que o mundo acabe
Sem mais me preocupar
Tenho minha herança
O que é meu pai?
Só uma lembrança.
Pai
Que brisa gostosa
Lembra meu filho
Quando passeávamos essa hora
Sinto uma dolorida saudade
O que estará fazendo agora?
Continuarei aqui sentado
À frente deste portão
Esperando sua sombra
Espero que não lhe falte nada
Principalmente o pão.
Filho
Como assim tudo acabou?
Não tenho mais dinheiro
Nem abrigo me restou
O que farei agora
Não posso voltar pra casa
Meu pai não me aceitará
Vou ficar por aqui
Talvez mendigar
Por um pouco de misericórdia
Poderei me alimentar.
Pai
Que sensação estranha
Sinto algo de ruim
A alguém muito querido
Precioso demais pra mim
Meu Deus meu filho
O que terá acontecido?
Pai do céu cuida dele
Não sei o que será de mim
Se meu filho não voltar
Mas ainda hei de esperar.
Filho
O que foi que fiz?
Deixei o amor grandioso de meu pai
Para conhecer o mundo lá fora
No fim perdi tudo
Até minha dignidade agora
Estou comendo comida de porcos
Tenho que voltar
Mesmo que isso me custe à vida
Preciso tentar
Vou pelo mais difícil caminho
Mesmo que venha tropeçar
E me ferir na estrada
Meu pai vai me esperar
Mesmo como um empregado
Vou retornar.
Pai
Minhas lágrimas de saudades são muitas
Nem sei se posso parar
Sinto falta de meu filho
Não sei se voltará
Ainda o espero
Mesmo que seja para lhe enterrar.
Pai, vim lhe pedir um lar
Filho deixe-me lhe beijar
Quero ser apenas um empregado
Não continue, deixa pra lá
Mas errei contra ti
O importante é que não morreu
Deixe-me ficar num canto
Tome, use esta capa e aliança
Não sei se mereço
Não é por merecimento que te dou
É minha prova de amor
Estou muito arrependido
Venha filho, caminhe novamente comigo
Quero contar-lhe o que passei
Vamos aproveitar uma nova brisa da tarde
Não me lembrava de mais nada
A única coisa importante pra mim
Eu sei, é que eu voltei.
Por: Thiago Azevedo
Fonte: Poesia das Mangueiras
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