terça-feira, setembro 29, 2009

Por que alguns de nós viram assassinos?


Por que alguns de nós viram assassinos?
Estou muito indignado com tudo que aconteceu em Santo André (SP) esta semana. Indignado com o despreparo da polícia, com o que um jovem tomado por um ciúme pode fazer, com a imprensa que o coloca ao vivo só para dar audiência no ar e ganhar dinheiro com as desgraças alheias, indignado de ver como é fácil encontrar armas neste país e com a igreja, que não vai se manifestar por achar que não tem nada a ver.

A notícia me pegou longe de casa. Estava pregando em um acampamento em Joinvile e foi um grande susto, pois tinha certeza que o rapaz só estava enrolando e já tinha caído em si na burrada que tinha feito. E que era questão de tempo para ele soltar a menina.
Algumas perguntas ficaram em meu coração a serem resolvidas.
Por que algumas pessoas perdem a cabeça e se tornam assassinas?
Qual a diferença entre um assassino e uma pessoa de bem? Não seria o puxar o gatilho? Os que puxam são assassinos e os que não puxam não são assassinos? Ou tem quem puxe que não é e outros que não puxam que são? São complicados os critérios da lei sobre réu primário, quanto mais a teologia por trás disso.
Este caso me trouxe à memória o primeiro assassinato na escrituras, o de Caim e Abel (Gn 4: 1-8). E a mesma pergunta surgiu em meu coração: Caim matou porque era assassino, ou virou assassino porque matou?

Sempre colocamos o foco da revolta de Caim no fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel e rejeitado a de Caim. E ficamos nos perguntando por que Deus a recusou, sendo que nenhuma regra tinha sido estabelecida. Ou falamos que só pode ser que um deu de coração e outro não, sendo que a bíblia mesmo não coloca isso.
Lendo, reparei que no v.7 Deus vai conversar com Caim sobre o porquê de seu sacrifício não ter sido aceito e fala que, se ele fizer o bem, tudo ficará bem, mas se não, o pecado que está à porta vai entrar. E, mesmo sendo avisado, Caim matou o irmão e procedeu com o mal.
Caim não se tornou assassino porque matou Abel. Caim matou Abel porque já era assassino. É por isso que seu sacrifício não foi aceito!
É duro assumir e entender isso que a Bíblia nos coloca. Todos nós somos de natureza má e temos o mal em nossos corações.
Depois da queda todos nós fomos condenados a nascer egoístas, invejosos, deturpados sexualmente, corruptos, assassinos. Essa foi a escolha da humanidade em Adão, e é assim que, no fundo no fundo somos.

Aí você comenta: mas na prática nem todos puxam o gatilho. Eu mesmo não sou um tarado, mau caráter ou assassino!
Pois é aí que entra a graça de Deus. Quando não chegamos de fato à deturpação total de nós mesmos, foi porque a graça de Deus chegou até nós. Ela é chamada de graça comum ou graça sustentadora, pois cobre a crentes e não crentes e serve para manter a criação. Se não fosse ela, a vida no mundo seria insustentável e todos nós viveríamos o mais pleno pecado de nossa natureza, de nossos corações.
A discussão agora vai ser se o Lindemberg é assassino ou um rapaz que teve um surto e matou por desespero ao ver a polícia entrar no apartamento. Sobre como a lei brasileira vai decidir isso, não tenho condições de opinar. Mas a pergunta teológica que surgiu no meu coração, vou arriscar a mudar.

A pergunta não é por que alguns de nós se tornam assassinos e sim, por que todos não são assassinos depois da queda? E a resposta é graças à cruz de Cristo que cobre a todos sustentando com a dádiva que vem de Deus, chamada amor.
Senhor, continue a sustentar com o bem a mim e aos meus amigos, para que o mal não ganhe espaço em nossos corações e que não nos tornemos o que realmente somos: maus!

Fonte: irmaos.com

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