sexta-feira, dezembro 18, 2009

O Evangelho “moderno” de Jesus

por: Jacqueline Emerich
Na arquitetura existe um conceito paradoxal: “Menos é mais”. O autor da frase é Mies Van der Rohe, arquiteto alemão e umas das figuras centrais do Movimento Moderno.

Tudo o que os modernistas não queriam nessa época era repetir o passado, daí a robustez e a simplicidade das obras a partir da década de 20: nada de firulas, nada de ornamentos, nada de rendados no telhado e morte às colunas gregas!

Eles não estavam errados quanto ao conceito: de fato, menos é mais. Porém toda a discussão acerca do menos está muito além de blocos de concreto e painéis de vidros.

O cristianismo contemporâneo talvez tenha muito o que aprender com a simplicidade Moderna. Será que menos ornamentos na fé resultaria em mais pro Reino de Deus? Na arquitetura, o menos tem a ver com plantas livres, espaços abertos, estruturas à vista, a forma seguindo a função. E no cristianismo?

Parece que a fé cristã ainda está vivendo a arquitetura de 1700 e bolinha... É o Rococó Gospel: muita coisa encoberta, muito ornamento, muito emocionalismo, a preocupação em se expressar somente sentimentos agradáveis, as estruturas por debaixo das rendas.

O conforto e a beleza do Rococó nada tem a ver com o evangelho de Jesus Cristo. Pra Ele, menos é mais. Menos teologia, menos grego, menos formas diferentes de batismo, menos teologia relacional, menos predestinação, menos teologia da prosperidade, menos católicos, menos evangélicos, menos, menos, menos!
 
A simplicidade desconcertante do Mestre põe a baixo todas as formas acadêmicas de se entender a fé. Precisamos  aprender com ele. Nada de vãs repetições. Basta de discussões que no final das contas não produzem nada.

O “menos” de Jesus diz respeito à vida. Uma vida de fé sem ornamentos, mas repleta de sentido. Uma vida em que o “menos” é mais que “mais”, é acima de tudo Abundante!
 
Que o Senhor da Simplicidade nos conceda graça pra vivermos o “menos” do evangelho, a fim de que obtenhamos  mais pro Reino de Deus.

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